Os consoles da Nintendo, por natureza, possuem alguma coisa meio inexplicável (um “je ne sais quoi”, como diriam os franceses) que faz com que jogos de plataforma fiquem muito mais charmosos nele. Talvez seja uma mistura de nostalgia com a identidade visual mais lúdica da marca japonesa, mas há algo lá, que tem efeito até com os jogos protagonizado por mascotes das marcas rivais.

‘Crash Bandicoot 4: It’s About Time’, a iteração mais recente das aventuras do marsupial da Activision (que já foi um dos símbolos do PlayStation, quando era feito pela Naughty Dog) foi lançado originalmente em outubro do ano passado para PlayStation 4 e Xbox One, mas agora ganhou versões para PC, PS5, Xbox Series X e Nintendo Switch – a cópia que avaliamos neste review.

Já falamos desse game aqui no Olhar Digital – e boa parte do que foi entregue nas versões para a geração passada se manteve. O enredo é uma continuação direta de ‘Crash Bandicoot: Warped’ (que pode ser jogado na recente coletânea ‘Crash Bandicoot N. Sane Trilogy’. Após anos como prisioneiros, os vilões Neo Cortex, N. Tropy e Uka conseguem escapar ao criarem uma falha no espaço-tempo.

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Após o esforço para a fuga, Uka cai em um sono profundo, mas N. Tropy, com base no feito do vilão, cria uma máquina para abrir mais portais no espaço-tempo para se locomover por várias dimensões. Agora, Crash e Coco têm de salvar o dia novamente. Felizmente, eles terão ajuda das Máscaras Quânticas, despertadas após as mudanças feitas pela fuga dos vilões em outras dimensões. Elas garantem que nossos heróis consigam alterar a realidade para passar pelas fases.

Comparado com seus rivais, o Switch sempre vai ficar para trás em termos gráficos – por uma simples questão de hardware. Para trazer ‘Crash Bandicoot 4’ para o console da Nintendo, os desenvolvedores da ‘Toys for Bob’ tiveram que reduzir a taxa de quadros de 60 para 30 por segundo, e diminuíram a resolução para 720p (540p quando no modo portátil).

'Crash Bandicoot 4: It’s About Time'. Imagem: Activision/Divulgação
‘Crash Bandicoot 4: It’s About Time’. Imagem: Activision/Divulgação

Essa diferença no desempenho pode ser muito mais sentida em jogos que dependem de gráficos ultrarrealistas, mas ‘Crash Bandicoot 4’ tem um visual cartunesco que faz com que esses cortes sejam suavizados na experiência do jogador. Na real, só se você jogou muito a versão do PS4 e do Xbox One que perceberá alguma diferença. Se você perde em gráficos por um lado, ganha em portabilidade do outro: sua partida de ‘Crash’ pode te acompanhar onde você e seu Switch forem.

Considerando que o jogo tem 30 estágios principais, combinado com outros 20 ou mais níveis de “flashback” ocultos e diversos colecionáveis distribuídos pelo cenário (se você quiser completar 100%), poder levar o game para qualquer lugar é uma baita vantagem. Especialmente no modo “moderno” de jogo, com suas vidas infinitas que te permitem voltar para o último ponto de controle sempre que falha. Assim é possível repetirá partes mais complicadas inúmeras vezes até conseguir seu objetivo (que quase sempre é quebrar aquela última caixa inalcançável)

‘Crash Bandicoot 4: It’s About Time’ é um game sólido com uma pegada retrô que o torna um dos melhores jogos de plataforma da atualidade. Sua versão do Switch mantém essas características, mas trocando desempenho gráfico por portabilidade e o fator diversão inerente do console da Nintendo. Se você não tem o jogo em nenhuma outra plataforma, a versão do Switch é uma boa pedida, que talvez te faça aproveitá-lo melhor do que se tivesse restrito à um console plugado numa TV.