A fabricante japonesa Toshiba recebeu uma proposta bilionária da empresa global de private equity CVC Capital Partners para ser privatizada. A oferta inicial de compra é avaliada em US$ 20 bilhões, segundo informou o jornal Nikkei.
O mercado recebeu muito bem a notícia. Nesta quarta-feira (7), as ações da Toshiba registraram alta de 18%, maior crescimento desde 2017, assim que a companhia confirmou estar avaliando o negócio. A CVC está considerando um prêmio de 30% sobre o preço atual das ações da Toshiba em uma oferta pública.
“A Toshiba recebeu uma proposta inicial ontem e vai pedir mais esclarecimentos, dando-lhes uma consideração cuidadosa”, disse a empresa em um comunicado, sem fornecer mais detalhes.
Para a CVC, que não quis comentar, a oferta representa mais uma oportunidade de expansão no Japão, onde grandes empresas estão sob pressão para vender ativos não essenciais e melhorar o retorno aos acionistas. Outros negócios da firma de private equity incluem a compra de US$ 1,5 bilhão das marcas de xampu e cuidados com a pele de baixo custo da Shiseido.
Novo fôlego à Toshiba
Se o negócio se concretizar, a Toshiba pode ganhar um novo fôlego para se recuperar, após anos de perdas financeiras.
O declínio da companhia começou com fraudes contábeis e bilhões de dólares em perdas em torno de uma subsidiária nuclear dos Estados Unidos.
Em 2017, diante da perspectiva de sair da Bolsa de Valores de Tóquio após dois anos de patrimônio líquido negativo, a Toshiba levantou 600 bilhões de ienes em um aumento de capital que atraiu investidores ativistas.
Nos anos seguintes, a empresa foi criticada por mais problemas de governança, incluindo transações falsas que inflaram o lucro de uma subsidiária.
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Por fim, em 2020, a Toshiba anunciou sua saída do mercado de computação pessoal, após 35 anos. Em junho passado, a empresa afirmou que em junho vendeu os 19,9% de ações de sua subsidiária Dynabook Inc que ainda tinha para a Sharp. “Como resultado desta transferência, a Dynabook se torna uma subsidiária de total propriedade da Sharp”.
A Toshiba era uma das últimas gigantes japonesas no mercado de computação pessoal. A Sony abandonou o segmento em 2014, quando vendeu a divisão Vaio para um conglomerado japonês. A Fujitsu foca no mercado corporativo e em computação em larga escala, e a Panasonic se restringe a uma linha de notebooks ultra-resistentes para o segmento industrial, os Toughbook.
Via: Reuters