Se investir em criptomoedas parece algo atrativo, aplicar o capital em empresas que operam as moedas digitais também pode ser bom negócio. Prova disso foi a Coinbase Global, bolsa de criptomoedas, que encerrou a última quarta-feira (14) avaliada em US$ 86 bilhões em sua estreia na bolsa de valores Nasdaq. Já na manhã desta quinta (15), os papéis chegaram a uma alta de 11%.
Diferentemente dos tradicionais IPOs, a Coinbase apostou em uma listagem direta. Ou seja, a companhia lançou suas ações diretamente na bolsa de valores dos Estados Unidos, sem contratar nenhum banco intermediário para fazer o processo. Inclusive, nenhum papel da empresa pôde ser vendido antes da abertura.
Apesar disso, a estreia na Nasdaq foi um verdadeiro sucesso. Com preço de referência de US$ 250 por ação, os papéis da companhia chegaram a bater US$ 429 logo no início dos negócios — alta de 71%.
No entanto, as ações perderam força ao longo da última quarta e encerraram o pregão cotadas a US$ 328 (alta de 31,31%), o que avaliou a empresa em US$ 85,7 bilhões (aproximadamente 488,3 bilhões, em conversão direta). A capitalização de mercado foi estimada em US$ 65,39 bilhões.

Isso significa que apenas em sua estreia, a Coinbase teve uma avaliação superior aos valores de Itaú e Bradesco juntos, que encerraram as negociações na B3, a bolsa de valores brasileira, com um valor somado de R$ 469,9 bilhões.
O salto da companhia em curto prazo também é surpreendente: em setembro do ano passado, a Coinbase foi avaliada em pouco menos de US$ 6 bilhões. Agora, sete meses após a avaliação, o valor da companhia pode ultrapassar a faixa dos US$ 100 bilhões.
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Obrigado, bitcoin
Os resultados financeiros positivos da estreante na Nasdaq acompanham o bom momento do bitcoin. Só no primeiro trimestre desse ano, a receita líquida da Coinbase foi estimada em mais de US$ 1,8 bilhão.
O montante parece estar em sincronia com os recentes recordes do bitcoin registrados em 2021 — na última terça-feira (13), por exemplo, a criptomoeda ultrapassou os US$ 62 mil de forma inédita.
A lógica é simples: por ser uma bolsa de moedas digitais, a Coinbase vai observar variações de seus papéis de acordo com as performances das principais criptomoedas.
“Quando o preço do bitcoin cai, é inevitável que a receita da Coinbase e, inerentemente, o preço das ações também caiam”, afirmou Larry Cermak, diretor de pesquisa do The Block.
No entanto, com a alta avassaladora do bitcoin, é provável que os papéis da Coinbase sigam em crescimento nos próximos períodos.
Fonte: Reuters