No início, a pandemia do coronavírus apareceu apenas como uma quarentena e se alastrou pelo mundo causando sequelas na saúde mental das pessoas. De acordo com o Relatório de Felicidade Mundial de 2021, o contexto fez com que houvesse um grande e imediato declínio no psicológico de muitos países do mundo.

Por mais que a saúde mental tenha melhorado após o choque inicial, o relatório adverte que “uma proporção significativa de pessoas tinha saúde mental [em 2020] que era persistente e significativamente menor do que antes do Covid-19.”

Nos Estados Unidos, 42% dos entrevistados em uma pesquisa do CDC em dezembro afirmaram sintomas de ansiedade ou depressão, o que significa um aumento de mais de 200% em relação à média de 2019. Enquanto isso, no Reino Unido, 31% dos entrevistados em um estudo de setembro disseram que estão com depressão grave o suficiente para justificar “apoio psicológico de alta intensidade”. 

“É afetado [pelo menos] um terço da população globalmente”, disse Luana Marques, professora associada de psicologia na Harvard Medical School que tem monitorado a saúde mental durante a pandemia. Sendo assim, a saúde mental foi prejudicada de três maneiras principais:

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 1. As pessoas ficam ansiosas em relação a pegar o vírus por si mesmas ou carregá-lo e infectar outras pessoas;

2. O isolamento social deixou as pessoas solitárias e desoladas; 

3. A pressão financeira, pois o emprego está ligado ao bem-estar.

Esses três exemplos se aplicam de maneiras diferentes, como o Japão que vivenciou uma alarmante onda de suicídios, ainda mais entre mulheres. Além disso, overdoses de drogas nos EUA aumentaram de acordo com dados do CDC, em que mais de 52.000 morreram por overdose entre agosto de 2019 e agosto de 2020. Com isso, a incidência de depressão e ansiedade dobrou passando de 20% para 40%. 

Na França, a depressão entre pessoas de 18 e 24 anos quase dobrou de abril a novembro, enquanto na China, uma pesquisa com adolescentes descobriu um aumento de 50% na depressão. O fechamento das escolas afetou outro grupo além dos jovens: suas mães. De acordo com uma da CARE International, as mulheres passaram por dificuldades de saúde mental a uma taxa de quase 3:1 em comparação com os homens durante a pandemia. 

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A pesquisadora do Brookings Institute e cientista sênior da Gallup, Carol Graham explicou que o desespero é medido de três maneiras principais: suicídio, intoxicação por álcool e abuso de substâncias. Portanto, as “mortes por desespero” aumentaram entre 50% e 100% no ano passado. “Tivemos cerca de 70.000 mortes por desespero no ano anterior ao Covid, devido a overdose de suicídio e outros problemas mentais, com base em dados de primeiros socorros”, disse Graham.

Porém, os aumentos no consumo de drogas e álcool não aconteceu só nos EUA. A província canadense de Ontário teve um aumento de 60% nas mortes por overdose nos primeiros 11 meses de 2020, relata o Globe and Mail e na Coreia do Sul, o consumo de álcool atingiu níveis recordes em 2020.

Ademais, os especialistas estão preocupados com a síndrome de estresse pós-traumático e a segunda preocupação a longo prazo é que os problemas emocionais não se manifestem por anos até depois do incidente traumático. Um ponto positivo é que as sessões de terapia online na pandemia feitas por meio de ferramentas como o Zoom se tornaram muito mais comuns. 

Fonte: CNET

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