Por meio de fato relevante, os conselhos de administração das Lojas Americanas e da B2W aprovaram na quarta-feira (28) a cisão das empresas que dará vida à marca Americanas S.A. como resultado da negociação.
As empresas já haviam divulgado o início dos trâmites para junção das operações em fevereiro deste ano, com intuito de realizar a combinação das lojas físicas das Americanas com o acervo digital da B2W, que é controladora das marcas Shoptime, Submarino e Americanas.com.
Com a proposta de cisão, os ativos operacionais das Lojas Americanas
e passivos a eles relacionados passarão a pertencer à B2W e 100% das atividades operacionais de ambas as companhias serão desenvolvidas diretamente pela B2W que, por sua vez, originará a nova marca Americanas S.A.
De acordo com as empresas, a união operacional visa “maximizar a experiência do cliente em uma nova jornada”.
A proposta sobre como a cisão deve ocorrer ainda está em votação e deve ter o desdobramento divulgado apenas em junho.
Estratégia de combinação
Apesar de parecer óbvio que as Lojas Americanas e a Americanas.com são fruto da mesma marca, por trás, suas operações são ligeiramente diferenciadas.
As Lojas Americanas, atualmente, operam por meio de lojas físicas nos modelos tradicional, express e conveniência. Já a Americanas.com é parte integrante da B2W Digital, empresa que nasceu em 2006 da fusão da loja online com as empresas Shoptime e Submarino – até por isso, a empresa tem a veia no digital.
Assim, as operações se separaram, fazendo das Lojas Americanas a controladora acionária de 62,5% da B2W.
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A B2W, por sua vez, atua por meio dos modelos de marketplace e comércio eletrônico e passará a responder por 100% do controle das Lojas Americanas com a cisão.
A combinação das operações já era algo bastante cobrado pelo mercado e é também uma estratégia para elevar o valor da marca, bem como fortalecer o negócio digital – algo cada vez mais relevante após o impacto do coronavírus.
Parte da decisão se deu, inclusive, por conta dos desdobramentos da crise ocasionada pela pandemia, que acelerou à ida em massa de empresas para o digital e a consequente competição no mundo das compras online.
Segundo as companhias, a combinação das operações “permitirá a criação de uma plataforma ainda mais poderosa, colocando a Americanas em uma posição mais favorável para capturar oportunidades futuras.”
Após a movimentação, a previsão é que a marca Americanas S.A. também faça uma estreia na bolsa de valores nos Estados Unidos, trazendo ainda mais visibilidade à negociação.
Tudo isso pode resultar em uma disputa cada vez mais acirrada pelo espaço no comércio online, universo esse que as empresas tem como principal competidora a varejista Magazine Luiza.
As operações combinadas respondem por uma rede de cerca de 1,7 mil lojas físicas em 750 cidades brasileiras, um marketplace online com mais de 87 mil vendedores que, no ano passado, somaram R$ 40 bilhões em vendas.
Via: Americanas e InfoMoney.