O ex-diretor de tecnologia da Netflix, Michael Kail, foi acusado pela plataforma de streaming de receber suborno em 2014, quando ainda trabalhava na empresa. Nesta sexta-feira (30), um júri federal declarou Kail culpado por fraude de correspondência e lavagem de dinheiro.

O julgamento do ex-diretor foi adiado por causa da pandemia de Covid-19, até que a juíza Beth L Freeman deu o veredito. Michael Kail cobrou propinas de companhias de tecnologia que tinham contratos com a Netflix. Ele é acusado de ter recebido US$ 690 mil (R$ 3,75 milhões, na cotação de sexta, com o dólar a R$ 5,44).

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A Netflix não quis comentar a decisão do júri. Imagem: Karolina Grabowska/Pexels

O ex-vice-presidente de operações de tecnologia da plataforma de streaming trabalhou no cargo de 2011 até julho de 2014. No trabalho, ele recebeu fundos para aprovar os contratos milionários de empresas de tecnologia com a Netflix , aceitando mais de US$ 500 mil em propina e e também ações. Para receber o dinheiro, ele criou uma companhia, chamada Unix Mercenary LLC, com a qual pagou gastos pessoais e comprou uma casa em Los Gatos, na Califórnia.

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Michael Kail foi indiciado no dia 1º de maio de 2018, há exatos três anos, com 19 acusações de fraude de correspondência eletrônica, três de fraude de correspondência e sete de lavagem de dinheiro. O júri o declarou culpado em 28 das 29 acusações.

“O senhor Kail não apenas privou a Netflix do seu dinheiro e abusou da sua posição com vice-presidente de operações de tecnologia, mas também criou um ambiente de ‘pagar para jogar’, roubando a oportunidade de empresas honestas do Vale do Silício de trabalhar com uma indústria pioneira”, disse o agente especial do FBI Craig D. Fair.

A defesa de Michael Kail disse estar “desapontada” com o veredito do júri. “Isso mostra que uma pessoa inocente pode ser condenada quando há tantas acusações contra ela e uma empresa poderosa, a Netflix, conduzindo a investigação e o processo”, disse a advogada Julia Jayne, ao site Deadline. Eles vão recorrer da decisão.

Michael Kail pode pegar uma sentença máxima de 20 anos de prisão e pagar uma multa de US$ 250 mil (R$ 1,35 milhão), ou duas vezes o ganho bruto, ou o dobro bruto da perda da Netflix, o que for maior, para cada condenação por fraude de correspondência.

Já nas condenações por lavagem de dinheiro, o ex-CTO da Netflix pega dez anos de prisão e multa de US$ 250 mil. Contudo, qualquer sentença da condenação só será imposta pelo tribunal depois de consideração às Diretrizes de Sentenciamento dos EUA e do estatuto federal que rege a imposição de uma sentença.

A Netflix não comentou o resultado do julgamento.

Via: Engadget / Deadline