Paulo Gustavo morreu nesta terça-feira (4) vítima de complicações da Covid-19. Ele foi internado no dia 8 de março com o vírus. Quase duas semanas depois, o ator de 42 anos precisou ser intubado e, desde então, apresentou quase nenhuma melhora no quadro de saúde.

ECMO

No dia 2 de abril os médicos submeteram o ator a um tratamento de Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO), uma técnica que utiliza um pulmão artificial para ajudar na respiração. O procedimento pode ser utilizado em casos graves em que a ventilação mecânica convencional da UTI não consegue dar conta de suprir da demanda de oxigênio para os pulmões. O paciente pode ficar com o ECMO até que os pulmões se recuperem e readquiram a sua função básica.

A técnica passou a ser aplicada com mais frequência durante o ano passado e este justamente para tratar pacientes com Covid-19. Durante a pandemia de H1N1, em 2009, o método também ajudou a salvar vidas. Ainda sim, o estado de Paulo Gustavo teve pouca evolução.

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Depois disso, no dia 4 e no dia 8 de abril, o paciente apresentou fístula bronco-plurais e preciso passar por um procedimento de endoscopia para corrigir a falha na membrana responsável pelo esvaziamento de ar dos pulmões.

Entre os dias 11 e 15 de abril, os relatórios indicaram uma nova piora. No período, Paulo Gustavo foi submetido a diversas intervenções e procedimentos cirúrgicos. Ele ainda precisou repor a coagulação.

Pneumonia bacteriana

No último dia 27 os médicos atualizaram o quadro e informaram que o humorista havia apresentado uma pequena melhora, apesar de enfrentar uma pneumonia bacteriana. A pneumonia é um processo inflamatório que acomete as regiões mais terminais das vias aéreas, que seriam os brônquios e o pulmão.

A enfermidade é causada por microrganismos, como um vírus, uma bactéria (responsável pelo quadro atual de Paulo Gustavo) ou um fungo. A infecção bacteriana, que leva à pneumonia, pode acontecer em nível comunitário ou nível hospitalar, e cada um possui esquema de antibióticos diferentes.

Embolia Pulmonar

O último boletim médico, divulgado na última segunda-feira (3), indicou que Paulo Gustavo teve uma piora brusca após sofrer de embolia pulmonar. “À noite, subitamente, houve piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais, quando novos exames demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa. Infelizmente, a situação clínica atual é instável e de extrema gravidade”, informa um trecho do boletim.

A embolia pulmonar resulta da obstrução das artérias dos pulmões por coágulos, seja trombos ou êmbolos, que na maioria das vezes se formam nas veias das pernas ou pélvis, sendo liberados na circulação sanguínea. Por mais que seja raro, ainda existem casos de embolias gordurosas desencadeadas por traumas ou fraturas e também de embolias aéreas (formadas por bolhas de ar) e de líquido amniótico.

O nível de gravidade do quadro é correlacionado com o tamanho do êmbolo. Portanto, os maiores podem afetar a circulação pulmonar e ser uma condição mortal. Para tratar inicialmente a embolia pulmonar, é preciso administrar o oxigênio e a heparina por meio de uma via intravenosa com medicamento de ação rápida para evitar o aumento dos coágulos e a formação de novos. Inclusive, os medicamentos precisam ter acompanhamento médico.