Os resultados financeiros da Uber no primeiro trimestre de 2021 estão longe de serem positivos, mas houve uma melhora considerável em relação ao três primeiros meses do ano passado. De acordo com os números divulgados nesta quarta-feira (5), a empresa registrou um prejuízo líquido de US$ 108 milhões de janeiro a março, ante os US$ 2,9 bilhões reportados no mesmo período do ano passado.

Embora o serviço de delivery da companhia tenha alcançado uma receita de US$ 1,7 bilhão (alta de 230% ano a ano), os ganhos das viagens de carros da Uber seguem enfraquecidas por conta da pandemia de coronavírus e caíram de US$ 2,4 bilhões, registrados no ano passado, para US$ 852 milhões nos três primeiros meses deste ano. A receita de todos os setores somados da companhia caiu 11% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e ficou em US$ 2,9 bilhões.

A redução dos prejuízos da empresa foi fortemente influenciada pela venda de divisão de carros autônomos da Uber, ocorrida em dezembro do ano passado. Na ocasião, a empresa vendeu sua unidade Advanced Technologies Group (ATG) para a startup Aurora e conseguiu captar cerca de US$ 1,6 bilhão com a transação.

Além disso, houve um foco no serviço de delivery de comida Uber Eats, apesar de o segmento não ser o carro-chefe da companhia. A plataforma superou a marca de 700 mil comerciantes cadastrados no primeiro trimestre deste ano. Também foi acordada uma parceria com a Gopuff para oferecer mais itens de conveniência a partir de junho de 2021.

publicidade

“Estamos finalmente vendo uma luz no fim do túnel”, disse Dara Khosrowshahi, CEO da empresa, em uma teleconferência com investidores. “A Uber está começando a decolar, à medida que mais consumidores viajam conosco novamente, enquanto continuam a usar nossas ofertas de entrega em expansão”, completou.

Ilustração de encomenda do Uber Eats
Serviço de delivery de comida Uber Eats conseguiu compensar, em parte, a redução de viagens. Foto: DELBO ANDREA/Shutterstock

Leia mais:

Desafios da retomada

Levando em consideração os números relativamente melhores do que os reportados no último trimestre de 2020, a Uber observa uma retomada de crescimento, mas de forma desacelerada.

Ao mesmo tempo que as viagens na plataforma ficam instáveis trimestre a trimestre, a companhia luta para contratar mais motoristas e atender a demanda após as vacinas contra covid-19 e a flexibilização das restrições. Não à toa, a empresa anunciou em abril que vai gastar cerca de US$ 250 milhões para colocar os motoristas de volta às estradas.

A Uber ainda precisa evitar novos impasses jurídicos. No primeiro trimestre deste ano, a Suprema Corte do Reino Unido manteve a decisão de que os motoristas da empresa são trabalhadores e não contratados independentes. O impasse gerou um prejuízo aproximado de US$ 600 milhões para a Uber.

Se a mesma medida for seguida nos Estados Unidos, a retomada da companhia pode ser freada por completo. No entanto, executivos da Uber acreditam que a assunção de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos pode ter aberto um novo espaço para diálogo.

Fonte: CNBC

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!