Em 2020 foi descoberta uma nova variante da Covid-19 na Índia, a B.1.617. Essa foi uma das primeiras cepas do vírus a ser investigada e, inicialmente, ela era apontada como sendo mais contagiosa do que a versão original.

No entanto, nas últimas semanas, com o aumento exponencial dos casos de coronavírus no país asiático, o mundo voltou a demonstrar preocupação com a linhagem. A Índia bateu um novo recorde de mortes diárias, com 4.329 óbitos registrados nesta terça-feira (18). Nas últimas 24 horas, foram registrados no local 263 mil casos. No total, o país conta com mais de 25 milhões de infectados e 278 mil mortos pela doença.

Pelo menos outros 44 paises registraram a cepa indiana. No Reino Unido, que anda com a vacinação avançada, o aumento de casos registrados da B.1.617 pode atrasar a reabertura completa, que está prevista para ocorrer em julho deste ano. No Brasil, a variante ainda não foi detectada .

Pesquisas apontam que a B.1.617 modifica a proteína espícula do SARS-CoV-2, responsável por conectar o vírus ao corpo humano. “Essas mutações virais estão surgindo em cidades em que há o relaxamento das medidas de proteção e onde se acreditava que a população já estava imunizada, seja pela infecção natural ou pela vacinação”, diz o virologista Fernando Spilki, professor da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul à BBC.

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Preocupação com a variante da Índia

No geral, pesquisas do Grupo Independente de Aconselhamento Científico para Emergências (Indie-Sage) do Reino Unido consideram que a variante da Índia pode ser de 30 a 40% mais infecciosa que a cepa britânica (que já é mais perigosa do que a versão padrão do vírus). Isso pode causar um aumento considerável das hospitalizações no país.

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A principal preocupação nesse momento é que a variante seja capaz de romper a imunidade da vacina, o que pode atrasar ainda mais o combate ao vírus no mundo. No entanto, ainda é preciso aguardar mais resultados. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, disse que espera mais dados para classificar a variante da Índia.

Também é preciso destacar que as autoridades afirmam que o aumento da Covid-19 no país asiático teve ainda a influência de outros fatores além da cepa. “A receita para a criação de variantes do vírus é simples: quanto mais casos de infecção em um lugar, mais oportunidades para o vírus sofrer mutação e se adaptar”, explicou Nikolai Petrovsky, professor de medicina da Universidade Flinders e secretário-geral da International Immunomics Society.

Embora o governo tenha mudado o tom inicial e enfatizado para a população a importância das medidas de isolamento, as autoridades solicitaram a remoção no Twitter e no Facebook de postagens criticando a forma como os políticos locais estão lidando com a pandemia.

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