Um estudo global comandado por pesquisadores da Universidade de Queensland (UQ), na Austrália, constatou que mais da metade dos adolescentes não faz a higiene das mãos de forma adequada. De acordo com os cientistas, nem mesmo a ênfase dada para essa questão por conta da pandemia da Covid-19 fez com que a assepsia das mãos passasse a ser feita corretamente.

“Usamos dados da Pesquisa Global de Saúde dos Alunos, com base em 92 países nas seis regiões da OMS para examinar a prevalência e a correlação das práticas de higiene das mãos em adolescentes em todo o mundo”, declarou Yaqoot Fatima, do Instituto de Pesquisa em Ciências Sociais da UQ, ao Medical Xpress. “Nossos resultados destacam que, globalmente, os adolescentes praticam uma higiene das mãos abaixo do ideal”.

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Além da questão etária, maus hábitos, como o fumo e o sedentarismo, além de aspectos de sociabilidade, como a vivência do bullying, também influenciavam para pior na forma como a higiene das mãos dos adolescentes é feita.”Em comparação, o apoio e o vínculo dos pais emergiram como um fator-chave associado às práticas adequadas de higiene das mãos em adolescentes”, disse Fatima.

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Falta de acesso

Para chegar a esses resultados, foram examinados mais de 350 adolescentes com idades que variam entre 13 e 17 anos. Apesar da questão do saneamento básico ser importante para uma higienização inadequada das mãos, em torno de 60% dos voluntários não praticava uma higiene adequada mesmo com acesso a água e sabão.

“Embora o acesso a instalações para lavar as mãos e o conhecimento sobre higiene adequada sejam importantes para a prática de higiene das mãos adequada, o estudo mostrou que a lacuna conhecimento-comportamento é uma das principais razões para práticas de higiene das mãos abaixo do ideal”, defende a cientista social.

Para ela, a chave para mudar esse cenário está em trabalhos focados na diminuição do bullying e na educação dos pais para que eles orientem seus filhos adequadamente sobre a higienização das mãos desde a infância, para que esse hábito não se perca no início da juventude.

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