Enquanto assistia a um filme dublado, você já se pegou olhando para a boca do ator para comparar os movimentos que ela fazia com o que a voz da dublagem dizia? Pois bem, uma nova tecnologia de inteligência artificial (IA) relacionada ao deepfake decidiu mudar isso para sempre. Em um dos seus testes, o software fez o consagrado ator Robert DeNiro falar alemão fluente em ‘Taxi Driver’. Chamou atenção a impecável sincronia labial e sonora.

No vídeo, que também mostra outros atores como Tom Cruise, Jack Nicholson, Tom Hanks e etc…, é possível ver como a inteligência artificial manipula os lábios e as expressões faciais dos profissionais da sétima arte no intuito de fazê-los corresponder de forma convincente a um outro idioma.

Inteligência artificial: Ilustração de Travis Bickle, personagem de Robert De Niro em Taxi Driver
Ilustração de Travis Bickle, personagem de Robert De Niro em ‘Taxi Driver’. Imagem: Shutterstock

Essa nova tecnologia pode remodelar toda a indústria cinematográfica, de maneiras atraentes e perturbadoras. Scott Mann, diretor e cofundador da Flawless, empresa do Reino Unido que criou o software IA, afirmou que desenvolveu a ferramenta após ter se cansado de ver dublagem estrangeira mal feita em seus filmes.

“[A tecnologia IA] Em breve ficará invisível. As pessoas estarão assistindo um filme ou uma série e não vão perceber que foi filmado originalmente em francês ou qualquer outro idioma”, disse Mann ao Wired.

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Segundo o diretor, outro objetivo da Flawless é tentar ajudar os estúdios a evitar refilmagens caras. Este, porém, deve enfrentar uma resistência maior dos próprios atores, que não gostam de ver seus rostos manipulados por inteligência artificial.

Assista:

Inteligência artificial relacionada ao deepfake gera preocupação

Apesar de Mann tentar usar a inteligência artificial do deepfake para algo relativamente bom, a tecnologia gera preocupações, uma vez que ela é aplicada em criação de pornografias falsas com celebridades e clipes nocivos de pornografia de vingança voltados para mulheres.

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Em um mundo cada vez mais digital e que enfrenta diversos problemas com fake news, especialistas temem que esses deepfakes possam espalhar mais desinformação e influenciar, por exemplo, uma eleição presidencial.

“Existem usos legítimos e éticos dessa tecnologia”, declarou Duncan Crabtree-Ireland, consultor jurídico geral do Screen Actors Guild. “Mas qualquer uso dela deve ser feito apenas com o consentimento dos artistas envolvidos e com uma compensação adequada e apropriada”, completou.

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