Que as mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho ninguém duvida. Agora, elas também têm participação maior nos conselhos de administração das empresas brasileiras. De acordo com o estudo Conselhos de Administração 2020, elaborado pela Korn Ferry, a presença das mulheres dobrou nos últimos seis anos, saltando de 7% para 14%.

A análise fez um balanço de 2014 a 2020 e constatou essa evolução em uma estatística baseada nas informações de 81 empresas consideradas as mais respeitadas do país. 

Segundo o estudo, a diversidade de gênero se destaca entre os conselheiros independentes e o segmento de consumo é o que possui o maior percentual de mulheres nos comandos dos conselhos. 

Varejo e tecnologia  

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Além do segmento de consumo, a presença das mulheres nas presidências também se destacou nos setores de varejo e tecnologia, mas o índice registrado por aqui ainda é bem tímido se comparado aos países de primeiro mundo. 

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O sócio sênior da Korn Ferry, Jorge Maluf, disse que o Brasil ainda precisa avançar: “Em países europeus, a presença de mulheres nos conselhos atinge 30%. Isso porque o mercado já percebeu o valor da diversidade para os negócios. Já as empresas brasileiras ainda necessitam de avanços nesse sentido”. 

Além do segmento de consumo, a presença das mulheres nas presidências também se destacou nos setores de varejo e tecnologia. Imagem: fizkes / Shutterstock

Ainda segundo Maluf, as empresas brasileiras com o maior número de mulheres têm o capital pulverizado. Elas geralmente ocupam as governanças da B3. Ao analisar a receita líquida, as que registram as melhores práticas de administração são exatamente as que investem na diversidade, abrindo espaço para a presença feminina na liderança dos conselhos. 

Já quando a análise verifica apenas os conselheiros independentes, o percentual de mulheres sobe para 20%, ao contrário dos pífios 7% registrados em 2016, ou seja, houve um avanço considerável neste setor da economia. Mas quando o assunto é presidência do conselho, a situação fica crítica. De todas as companhias analisadas, apenas três tinham mulheres à frente dos conselhos. 

Em relação aos comitês das empresas, a participação feminina sobe para 15%, com maior participação nos de sustentabilidade.