Em busca de recuperar as perdas registradas durante a pandemia do coronavírus, a WeWork anunciou, na última quarta-feira (26), mudanças em sua gestão. A empresa de escritórios passará a ser operada na América Latina pelo SoftBank Latin America Fund e será liderada por Claudia Woods, ex-CEO da Uber.

De acordo com o Estadão, a parceria entre WeWork e SoftBank vai ser concretizada por meio de uma joint venture, processo que tem sido adotado pela empresa de escritórios em outros mercados. A aliança deverá expandir a atuação da WeWork na América Latina nos próximos anos.

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“O modelo de operação local já provou ser muito bem-sucedido em nossos mercados da China, Japão e Índia, onde temos visto um crescimento consistente e positivo através de parcerias com afiliadas regionais”, disse em nota o CEO da WeWork, Sandeep Mathrani.

O negócio também será vantajoso para o SoftBank, que pretende alavancar os ganhos de seu fundo com o investimento. “O espaço de trabalho flexível é uma megatendência global com grande potencial de crescimento na América Latina, e estamos ansiosos para ampliar as ofertas na região”, destacou Marcelo Claure, chefe do conselho da WeWork e CEO do SoftBank Group International.

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Com a parceria, Claudia Woods, ex-CEO da Uber e considerada uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil pela revista Forbes, vai se juntar ao Latin America Fund para liderar a WeWork. Claudio Hidalgo, atual CEO da WeWork no continente, agora vai ocupar o cargo de COO.

Em atuação na América Latina desde 2016, a WeWork opera na Argentina, no Brasil, no Chile, na Colômbia e no México, com mais de 90 unidades em 18 cidades do continente.

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Logos da WeWork e da SoftBank exibidos em smartphone
Sócio da WeWork, SoftBank já fez aportes superiores a US$ 10 bilhões na empresa. Foto: Koshiro K/Shutterstock

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Recuperação

O movimento é visto como uma tentativa de recuperar as perdas registradas pela WeWork, que contabiliza prejuízos desde 2019. Na época, a empresa buscava uma abertura de capital nos Estados Unidos, mas a operação foi cancelada por questionamentos sobre sua capacidade financeira.

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Para piorar, a pandemia de coronavírus tem impactado fortemente os negócios da companhia. No primeiro trimestre deste ano, a WeWork reportou um prejuízo líquido de US$ 2,1 bilhões e Ebitda negativo de US$ 446 milhões.

Em contrapartida, a ocupação dos espaços corporativos oferecidos subiu para 50% nos últimos quatro meses — ante os 47% do mesmo período no ano passado —, muito em função da adoção de trabalhos flexíveis pelas empresas.

A recuperação da WeWork também pode ser observada pelas vendas líquidas reportadas nos três primeiros meses deste ano, que alcançaram um resultado positivo pela primeira vez desde fevereiro de 2020.

Há uma “luz no fim do túnel”. E a joint venture com a SoftBank pode ser um ótimo caminho para chegar até ela.

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