Nesta sexta-feira (28), o QuintoAndar ganhou dois bons motivos para comemorar. A empresa, especializada em aluguel e venda de imóveis, acaba de receber um aporte de US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 1,5 bilhão, em conversão direta). O investimento faz com que a companhia torne-se a segunda maior startup do Brasil — atrás apenas do Nubank —, avaliada em US$ 4 bilhões (R$ 21 bilhões).

A rodada de investimentos foi liderada pelo fundo Rabbit e contou com a participação de SoftBank Latin America Fund, LTS, Maverick, Alta Park, Dragoneer, Qualcomm, Kaszek Ventures, além de uma gestora americana de ativos anônima.

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De acordo com CEO do QuintoAndar, Gabriel Braga, a rodada teve uma demanda acima do pedido, mas a startup optou por limitar os investimentos a US$ 300 milhões para evitar a diluição de sócios.

Os recursos serão utilizados para impulsionar os investimentos em tecnologia na plataforma, principalmente com o novo negócio do QuintoAndar de compra e venda de imóveis, lançado há cerca de um ano. O montante também será usado para investir em tecnologias que auxiliem a dinamizar o mercado de vendas de imóveis.

Além disso, o investimento possibilitará a expansão da startup no mercado internacional. Embora a companhia não cubra todas as regiões do Brasil — com atuação em 40 cidades espalhadas pelo território —, a ideia será iniciar as operações na América Latina, começando pelo México.

CEO e CTO do QuintoAndar
Aporte será usado para investimentos em tecnologia e expansão geográfica do QuintoAndar. Foto: QuintoAndar/Divulgação

“Olhamos para fora do Brasil como uma oportunidade interessante e decidimos começar pelo México, que é o segundo maior país da América Latina e tem dores parecidas com o mercado brasileiro”, destacou o executivo.

O movimento, de acordo com Guilherme Fowler, professor de inovação do Insper, indica que o QuintoAndar planeja ficar apenas nas grandes cidades do Brasil, sem adentrar as regiões interioranas. “Isso significaria que eles não querem atuar em cidades menores, mas que a solução tecnológica deles é adaptável para outros contextos”, disse o professor.

A participação do fundo Ribbit, que investe apenas em fintechs, também pode indicar que o QuintoAndar pode apostar, em breve, em produtos financeiros.

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Startup de US$ 4 bilhões

O momento farto de liquidez do QuintoAndar representa o ótimo crescimento da startup nos últimos anos. Em 2019, a proptech alcançou o patamar de únicórnio ao ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão. De lá para cá, a empresa quadruplicou de tamanho e com o recente aporte, foi avaliada em US$ 4 bilhões.

Isso faz com que a empresa se torne a segunda maior startup do ecossistema brasileiro. O líder isolado é a fintech Nubank, avaliada em US$ 25 bilhões.

Fachada do Nubank
Fintech Nubank segue como maior startup brasileira. Foto: Jo Galvao/Shutterstock

“A marca dos US$ 4 bilhões de avaliação reflete o reconhecimento dos resultados entregues pelo QuintoAndar nas últimas rodadas. Os fundos agora esperam que essa avaliação vá se multiplicar, o que é uma grande responsabilidade”, destacou o CEO do QuintoAndar.

O aporte recebido pela startup também é visto como um movimento reativo ao maior investimento do Brasil deste ano, de US$ 425 milhões, captado pela concorrente Loft.

Inclusive, a rivalidade entre QuintoAndar e Loft deve ser intensificada nos próximos anos. Isso porque ambos são considerados os maiores players do setor de aluguéis e venda de imóveis no Brasil e os lançamentos de produtos por uma tem sido seguidos pela outra e vice-versa.

Fonte: Estadão/O Globo