O número de casos de depressão e ansiedade aumentou consideravelmente durante a pandemia, a humanidade viveu a dicotomia de crescer a quantidade de pessoas com problemas em saúde mental e ao mesmo tempo teve uma ruptura de serviços de atendimento.

Inclusive, esses transtornos têm tratamento. Em geral, as pessoas podem se cuidar com remédio sob prescrição médica e terapia. Ademais, exercício físico, ioga e meditação são recursos benéficos com eficácia comprovada cientificamente.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 264 milhões de pessoas sofrem de depressão no planeta, e um a cada 13 indivíduos possuem sintomas de ansiedade. Com isso, a pandemia da covid-19 agravou o problema. Ao mesmo tempo, de 2020 até agora, 93% de 130 países apresentaram interrupção ou fechamento dos serviços de atendimento a esses pacientes.

Alguns pesquisadores ingleses publicaram quatro medidas que podem ser adotadas rapidamente para amenizar o problema. No Journal of Mental Health, eles afirmaram ser possível enfrentar o crescimento de doenças como ansiedade e depressão na próxima década.

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Portanto, os acadêmicos propuseram que as autoridades de saúde de todos os países focassem em quatro iniciativas:

  1. Levantamento do número de crianças e jovens que neste momento apresentam algum problema mental persistente;
  2. Melhoria do entendimento das ligações entre a saúde física e a mental, com foco na eliminação da mortalidade derivada dessa associação;
  3. Aumento do número de novos tratamentos e melhora das intervenções e de serviços de apoio existentes;
  4. Aumento do acesso às redes de atendimento em hospitais ou ambulatórios.

“Essas ações darão um guia para pesquisadores e responsáveis pela formulação de políticas públicas de saúde sobre o que é preciso fazer para que estejamos mais preparados no futuro”, afirmou um dos autores do artigo, Dame Wykes do King’s College London’s Institute.

Como a pandemia mudou nossa saúde mental?

Nos Estados Unidos, 42% dos entrevistados em uma pesquisa do CDC em dezembro afirmaram sintomas de ansiedade ou depressão, o que significa um aumento de mais de 200% em relação à média de 2019. Enquanto isso, no Reino Unido, 31% dos entrevistados em um estudo de setembro disseram que estão com depressão grave o suficiente para justificar “apoio psicológico de alta intensidade”. 

“É afetado [pelo menos] um terço da população globalmente”, disse Luana Marques, professora associada de psicologia na Harvard Medical School que tem monitorado a saúde mental durante a pandemia. Sendo assim, a saúde mental foi prejudicada de três maneiras principais:

 1. As pessoas ficam ansiosas em relação a pegar o vírus por si mesmas ou carregá-lo e infectar outras pessoas;

2. O isolamento social deixou as pessoas solitárias e desoladas; 

3. A pressão financeira, pois o emprego está ligado ao bem-estar.

Esses três exemplos se aplicam de maneiras diferentes, como o Japão que vivenciou uma alarmante onda de suicídios, ainda mais entre mulheres. Além disso, overdoses de drogas nos EUA aumentaram de acordo com dados do CDC, em que mais de 52.000 morreram por overdose entre agosto de 2019 e agosto de 2020. Com isso, a incidência de depressão e ansiedade dobrou passando de 20% para 40%. 

Na França, a depressão entre pessoas de 18 e 24 anos quase dobrou de abril a novembro, enquanto na China, uma pesquisa com adolescentes descobriu um aumento de 50% na depressão. O fechamento das escolas afetou outro grupo além dos jovens: suas mães. De acordo com uma da CARE International, as mulheres passaram por dificuldades de saúde mental a uma taxa de quase 3:1 em comparação com os homens durante a pandemia. 

Para saber mais, acesse a reportagem no Olhar Digital.

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