Na manhã desta terça-feira (1º) aconteceu na cidade de Sines, em Portugal, a cerimônia de inauguração do cabo submarino de fibra óptica que vai ligar diretamente o Brasil à Europa. O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, esteve presente.

A empresa EllaLink, responsável pelo novo cabo, investiu cerca de €150 milhões na construção. A Comissão Europeia contribuiu com €25 milhões e o governo brasileiro investiu €8,9 milhões. O equipamento deve conectar Fortaleza, no Brasil, com Sines, em Portugal, com passagens ainda pela Guiana Francesa, Ilha da Madeira, Ilhas Canárias e Cabo Verde.

“Essa inauguração é uma conexão entre Portugal e Brasil. Do ponto de vista da transformação digital esse é um acontecimento para o mundo, possibilitar ligar diretamente a Europa e a América Latina. Do ponto de vista científico a gente também vai poder fazer uma troca de informações de forma muito mais eficiente. E agora, durante a pandemia, nós temos a chance de trabalharmos juntos (Brasil e Portugal) contra esse inimigo em comum que é a Covid-19, pois apenas através da ciência podemos derrotar ele”, disse Pontes no evento.

Segundo o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, o cabo é um “exemplo que a comunidade científica nos deu de partilhar conhecimento, de partilhar dados, de trabalhar em conjunto” e que isso “inspira precisamente aquilo que este cabo vai hoje tornar possível fazer diariamente e no futuro”, finalizou

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Confira como foi a inauguração:

Uma das principais vantagens do cabo, apontada pelo ministério, é o fato de as informações não precisarem passar pelos Estados Unidos para chegarem na Europa, como ocorre atualmente com a maior parte das transmissões. No total, o cabo submarino possui 6 mil quilômetros de extensão.

Marcos Pontes esteve presente na inauguração do cabo submarino

A EllaLink diz que o sistema garante “acesso de alta qualidade aos serviços e aplicações de telecomunicações, por meio de uma conexão direta de alta velocidade e baixíssima latência”. A infraestrutura será usada para educação e pesquisa, mas também para serviços e nuvem e negócios digitais.

A empresa diz que o cabo é capaz de reduzir em 50% a latência da conexão atual. Além da rota pela água, conexões por terra devem ligar o cabo a estados como São Paulo e Rio de Janeiro. Além de Madrid, na Espanha e Marselha, na França.

O projeto do cabo submarino começou a ser pensado em 2013 e o processo de construção teve início em 2018.

Ligações que o cabo deve fazer, tanto submarinas quanto por terra

Estrutura no Brasil 

No Brasil, o primeiro cabo submarino foi inaugurado em 1857. Ele fez parte da primeira linha telegráfica brasileira e interligava a Praia da Saúde, no Rio de Janeiro, à cidade de Petrópolis. Eram 15 km de cabo submarino em uma linha cuja extensão total era de 50 km.

Em 1874, veio o primeiro cabo totalmente submarino do Brasil; inaugurado por D. Pedro II, ele conectava Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém. No ano seguinte, foi criada a linha para ligar Recife, João Pessoa e Natal. Ainda em 1875, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, participou da organização e do financiamento da instalação do primeiro cabo submarino internacional no país; instalado pela British Eastern Telegraph Company, ele conectou o Brasil a Portugal.

Em anos recentes, outros cabos submarinos foram lançados para interligar o Brasil a várias partes do mundo. Os apresentados na figura acima são os principais deles.

Os cabos submarinos atuais no Brasil e no mundo são de fibra óptica e permitem o transporte de todo tipo de informação digital — ou seja, telefone, internet e demais dados. Geralmente, eles têm 69 mm de diâmetro e pesam cerca de 10 kg por metro. Para águas profundas, no entanto, são usados cabos mais finos e leves. Todos os continentes, exceto a Antártida, são ligados por eles.

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