O presidente da Intel, Pat Gelsinger, afirmou nesta segunda-feira (31) que a falta de chips no mercado de tecnologia pode persistir para além de 2022. A carência do produto acontece em virtude da intensa procura por semicondutores, que cresceu desde o início da pandemia da Covid-19.
Gelsinger, líder da maior fábrica de chips dos EUA, afirmou em evento online que pequenos ajustes na cadeia de suprimentos podem ajudar no curto prazo, mas a construção de novas indústrias para regularizar a produção ainda pode levar anos.
O problema já está atingido fortemente a indústria automotiva e também pode ser sentido na capacidade produtiva de outros setores, especialmente na manufatura de computadores e outros equipamentos.
No evento, o executivo da Intel ainda falou: “Planejamos expandir para outros locais nos EUA e Europa, para assegurar uma cadeia de abastecimento segura para o mundo”, concluiu ele, sem dar mais detalhes.
Em março, a empresa anunciou um plano ambicioso de US$ 20 bilhões para ampliar a capacidade de produção de chips avançados, além da construção de duas fábricas localizadas no estado do Arizona.
Em abril, Gelsinger já havia alertado para o problema no suprimento de chips, em entrevista dada para o jornal Washington Post.
Na ocasião, a General Motors e a Ford anunciaram a desativação de várias fábricas em território norte-americano com o objetivo de conter o problema no suprimento de semi-condutores.
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Em outra frente, o governo Biden também sinalizou o envio de US$ 50 bilhões como subsídio para a fabricação de semicondutores. Uma ideia que conquistou apoio consensual tanto do Partido Democrata quanto do Republicano.
Uma associação do setor automotivo mostrou interesse pela proposta e sugeriu que uma parte do investimento estatal seja direcionado para impulsionar a capacidade industrial de chips para automóveis.
A atitude do governo americano, entretanto, só deve trazer resultados no longo prazo.
Via: Estadão