Os processadores Exynos, fabricados pela Samsung, vão embarcar a tecnologia gráfica de ray tracing, cortesia de uma parceria da sul-coreana com a AMD. A fabricante de GPUs confirmou a informação durante a Computex 2021, em Taipei, Taiwan.

O anúncio foi feito pela CEO da AMD, Lisa Su, que confirmou que a arquitetura RDNA 2 da empresa também se fará presente em diversas outras plataformas.

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Além dos processadores da Samsung, em um futuro próximo, a tecnologia poderá ser encontrada nos carros Model X e Model S (Tesla), além de já estar presente em dois dos consoles mais avançados da indústria dos videogames – o PlayStation 5 (Sony) e o Xbox Series X (Microsoft).

Su ainda ressaltou que os chips com RDNA 2 dos carros da Tesla entregarão até 10 teraflops (TFLOPs) de capacidade computacional, aproximando os automóveis do PlayStation 5, que já chega a 10.28 TFLOPs.

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A parte da Samsung, porém, é a que chama mais atenção: desde 2019, a sul-coreana e a AMD firmaram uma parceria cujo objetivo principal era o de levar a plataforma RDNA 2 a dispositivos móveis.

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Dois anos depois, o resultado disso está mais próximo: com a arquitetura da AMD nos smartphones com processador Exynos, o ray tracing faz sua estreia no mercado de smartphones de alto desempenho.

Ray tracing, como você já viu aqui no Olhar Digital, é um recurso visual no qual uma cena é renderizada traçando o caminho de um raio de luz de uma fonte (como o Sol, uma lâmpada, o flash de uma granada etc.) até os objetos ao seu redor, considerando interações como reflexos, difusão e afins. Isso é repetido para todos os raios de luz emitidos por todas as fontes da cena.

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Como a iluminação é calculada em tempo real, os gráficos se tornam muito mais realistas. Poças refletem a luz de prédios ao redor, vitrines refletem o personagem em frente a elas, sombras são dinâmicas e variam de acordo com as fontes de luz.

No caso da RDNA 2, a AMD promoveu alguns avanços promissores, como ganhos mais evidentes de eficiência de processamento, e um novo sistema de gerenciamento de cache (Infinity) que permite maior largura de banda a um custo energético menor.

Imagem mostra a CEO da AMD, Lisa Su, segurando uma placa de vídeo RX 6000, durante a Computex 2020.
A CEO da AMD, Lisa Su: figura constante em eventos como a Computex, executiva vem liderando revoluções no campo da tecnologia visual. Imagem: AMD/Divulgação

No caso dos smartphones da Samsung, essa parte da eficiência é que traz o verdadeiro desafio: tecnologicamente falando, componentes de alto desempenho (como processadores e placas de vídeo para jogos) tendem a esquentar bastante. E “temperatura” sempre foi um ponto de preocupação para fabricantes de smartphones. Novos produtos tendem a ter restrições nesse front.

A novidade deve tornar o mercado mais acirrado, uma vez que os processadores Exynos ainda não conseguem ganhar terreno no setor dominado pela Qualcomm com o seu Snapdragon – no que tange a jogos mobile, a empresa norte-americana ainda tem vantagem. Mas com a AMD como parceira, as coisas podem mudar consideravelmente.

Ainda não há informações sobre quando os processadores Exynos receberão a arquitetura gráfica com ray tracing da AMD. A fabricante normalmente lança pelo menos um novo item da linha por ano – para inseri-lo em smartphones como a família “Galaxy S” e outros flagships – mas rumores de março de 2021 indicavam que a empresa poderia lançar até três modelos ainda este ano.

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