Uma réplica do rover “Rosalind Franklin”, que será lançado rumo ao planeta vermelho em 2022 como parte da missão ExoMars da Agência Espacial Europeia (ESA), está sendo testado em um “simulador de terreno marciano” em Turin, na Itália.

O “clone” do robô é conhecido como GTM (Ground Test Model, Modelo de Teste em Solo) e será usado pelo centro de controle da ESA para o treinamento de operadores e em suporte à missão. O local de testes simula várias condições que serão encontradas na superfície de Marte, como o terreno rochoso e a inclinação do solo.

Para que o comportamento do GTM na Terra seja o mais próximo possível do Rosalind Franklin em Marte, ele é sustentado por uma estrutura que suporta um terço do seu peso total (290 Kg), simulando a gravidade marciana, que é um terço da gravidade na Terra.

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Os operadores do rover vão ensaiar inúmeras atividades com o GTM, desde mover-se em diferentes terrenos até o uso de seus instrumentos científicos. Os primeiros testes foram manobras simples: mover-se sobre superfícies diferentes, enfrentar um declive lateral, uma pequena colina e um terreno cheio de pedras. No topo da colina, o rover também foi comandado a tirar uma sequência de fotos panorâmicas.

O teste abre caminho para atividades mais avançadas nos próximos meses. Um dos próximos testes é o controle de trajetória: isto é, o rover corrigirá automaticamente os desvios induzidos pela topografia e irregularidade do terreno para ficar dentro de 20 cm do caminho programado.

Posteriormente, funções de direção autônoma mais avançadas serão testadas, por meio das quais o rover usará recursos de computação a bordo para avaliar a segurança do terreno por conta própria.

O GTM também será usado nas próximas semanas para atividades de perfuração. O rover ExoMars é único na exploração de Marte, pois será o primeiro a perfurar 2 metros abaixo da superfície marciana para recuperar amostras para análise em seu sofisticado laboratório a bordo.

As amostras subterrâneas têm maior probabilidade de incluir biomarcadores (indicadores de atividade biológica) uma vez que a tênue atmosfera marciana oferece pouca proteção contra radiação na superfície. Entender se a vida já existiu em Marte é uma questão-chave na ciência planetária e é um dos objetivos centrais do programa ExoMars.

A mssão ExoMars é dividida em duas etapas. A primeira, lançada em 2016, colocou em órbita de Marte o satélite Trace Gas Orbiter (TGO), que analisa a atmosfera marciana, e tentou levar à superfície o veículo de pouso (lander) Schiaparelli, que testaria tecnologias para futuras missões. Entretanto, a comunicação com o veículo foi perdida um minuto antes dele tocar o solo, em 19 de outubro de 2016.

Modelo de testes do Rosalind Franklin no simulador de terreno marciano em Turin, na Itália. Imagem: ESA
Modelo de testes do Rosalind Franklin no simulador de terreno marciano em Turin, na Itália. Imagem: ESA

A segunda etapa tem lançamento previsto para ocorrer em 20 de setembro de 2022, com pouso do Rosalind Franklin em Marte programado para ocorrer em 10 de junho de 2023. Se tudo correr como programado, ele será o quarto veículo robótico na superfície do planeta, se juntando ao Curiosity e Perseverance, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), e Zhurong, da Agência Espacial Chinesa (CNSA).

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