Já parou para pensar o motivo de alguns bebês reagem ao perigo? Segundo uma nova pesquisa da Michigan State University e da University of North Carolina, Chapel Hill, a resposta pode ser encontrada em um lugar inusitado, que é o sistema digestivo de uma criança. Isso porque é o lugar de uma vasta comunidade de microrganismos conhecida como microbioma intestinal. 

O grupo de pesquisa MSU-UNC descobriu que o microbioma intestinal era diferente em bebês com fortes respostas de medo e também bebês com reações mais brandas. Assim, há evidências crescentes que associam o bem-estar neurológico ao microbioma do intestino.

Sendo assim, os pesquisadores sugerem que o microbioma intestinal pode fornecer uma nova ferramenta para monitorar e apoiar o desenvolvimento neurológico saudável. “Este período inicial de desenvolvimento é um momento de tremenda oportunidade para promover o desenvolvimento saudável do cérebro”, disse Rebecca Knickmeyer da MSU, responsável pelo estudo publicado em junho na revista Nature Communications. 

“As reações de medo são uma parte normal do desenvolvimento infantil. As crianças devem estar cientes das ameaças em seu ambiente e estar prontas para reagir a elas”, continuou Knickmeyer. Portanto, para determinar se o microbioma intestinal estava conectado à resposta ao medo em humanos, eles desenvolveram um estudo piloto com cerca de 30 bebês. 

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Os pesquisadores caracterizaram o microbioma das crianças analisando amostras de fezes e a reação de medo de uma criança usando um teste simples, que era observar como um bebê reagia a alguém entrando na sala enquanto usava uma máscara de Halloween.

Através dos dados, viram associações significativas entre características específicas do microbioma intestinal e a força das respostas infantis ao medo. Bebês com microbiomas desiguais com um mês de idade tinham mais medo com um ano de idade, por exemplo.

Além diss, os pesquisadores descobriram que o conteúdo da comunidade microbiana com um ano de idade estava relacionado às respostas de medo. Sendo assim, em comparação com crianças com menos medo, bebês com respostas intensas tinham mais de alguns tipos de bactérias e menos de outros.

“Com estranhos, existe um elemento social. Portanto, as crianças podem ter uma cautela social, mas não vêem os estranhos como ameaças imediatas”, concluiu Knickmeyer. 

Fonte: Medical Xpress

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