Ciência e Espaço

Pesquisadores em Tel Aviv conseguem transformar partícula transparente em ouro artificial

Cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel, conseguiram transformar uma partícula transparente de calcita em uma partícula bem visível de ouro artificial brilhante. O feito é o primeiro de seu tipo na pesquisa envolvendo “meta materiais”, ou seja, componentes com propriedades não encontradas na natureza, e pode trazer vários benefícios à área da biomedicina.

Em um novo paper publicado na Advanced Materials, o time liderado pelo doutor Roman Noskov e pelo doutor Pavel Ginzburg apresentou o conceito de um sistema amigável ao meio ambiente para a entrega de ressonâncias opticas de metamateriais mesoscópicos. Na prática, isso pode significar um salto evolutivo em termos de multifuncionalidades no ambiente biomédico, permitindo o uso de uma nanopartícula especialmente desenhada para finalidades como terapia fototérmica, tomografia fotoacústica, bioimagem e entrega de medicações especialmente direcionadas

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Conquista dos pesquisadores de Tel Aviv pode ter consequências bem positivas para o campo da biomedicina. Imagem: Universidade de Tel Aviv/Divulgação

“Esse conceito é o resultado de um pensamento interdisciplinar sobre a interface física de meta materiais e química bio orgânica, direcionado às necessidades da nanomedicina”, disse o Dr. Roman Noskov. “Nós conseguimos criar um meta material de tamanho sub micrômetro [ou 0,001 milímetro] a partir de componentes biocompatíveis, que demonstraram forte ressonância magnética cobrindo o espaço semi infravermelho onde tecidos biológicos são transparentes”.

Em termos práticos: os cientistas pegaram algo invisível (a calcita transparente) e transformaram-no em algo visível (o “ouro” artificial).

Esse tipo de processo sempre foi algo buscado pela comunidade científica, mas a parte da “biocompatibilidade” sempre foi um problema: a engenharia de propriedades ópticas normalmente requer o uso de substâncias tóxicas. O time de Tel Aviv contornou isso ao introduzir nanopartículas de ouro e esferulitos de carbonato de cálcio. O resultado foi um composto químico – vaterita dourada – cujas propriedades de ressonância podem ser alteradas ao modular o volume de ouro dentro deste composto.

“Esse tipo inovador de plataforma permite acomodar múltiplas funcionalidades — já que simples complementos podem ser adicionados conforme demanda”, explicou o doutor Ginzburg. “Além da terapia óptica e a termoterapia a visibilidade de ressonâncias magnéticas, materiais biomédicos funcionais e muitas outras modalidades podem ser introduzidas dentro de uma nanopartícula. Eu creio que nossos esforços colaborativos eventualmente levarão a demonstrações in vivo [que ocorre dentro de um organismo ou tecido vivo], as quais pavimentarão o caminho para novas tecnologias da biomedicina”.

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Esta post foi modificado pela última vez em 11 de junho de 2021 17:01

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Publicado por
Rafael Arbulu
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