A Shenzou 12, primeira missão tripulada rumo à estação espacial chinesa Tiangong, deve ser lançada nesta quinta-feira. Três “taikonautas” (termo usado pela China para seus astronautas) decolarão a bordo de um foguete Longa Marcha 2F a partir de uma base de lançamento no deserto de Gobi, para uma estadia de três meses em órbita.

Seu principal objetivo será “arrumar a casa”, instalando equipamentos e organizando suprimentos que foram enviados à estação na espaçonave Tianzhou-2, no final de maio. Esta é a primeira missão tripulada chinesa desde a Shenzou 11, de 2016.

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Serão necessárias 11 missões para concluir a construção da estação até 2022, incluindo quatro missões tripuladas, quatro missões de carga e o lançamento de três módulos. Quando completada, a estação terá vida útil de 10 anos, que poderá ser estendida a até 15 anos com upgrades futuros.

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Esta é a terceira estação espacial chinesa. A primeira foi a Tiangong-1 (sim, mesmo nome), lançada em setembro de 2011 e ocupada por duas tripulações de três taikonautas cada nas missões Shenzou 9 (junho de 2012) e Shenzou 10 (junho de 2013). Ela reentrou nossa atmosfera em abril de 2018. A maioria de seus componentes queimou na reentrada, e o restante caiu no Oceano Pacífico.

Ilustração da Tiangong, destacando cada um dos módulos que a compõem. A espaçonave tripulada Shenzhou está representada em amarelo. Imagem: Saggitarius A / Wikimedia Commons (CC-BY-SA 4.0)

Já a Tiangong-2 foi lançada em setembro de 2016 e projetada para sustentar dois taikonautas numa missão de até 30 dias, o que aconteceu durante a missão Shenzou 11. A estação foi deorbitada em julho de 2019, e queimou na reentrada sobre o Oceano Pacífico.

A atual Tiangong será bem menor que a Estação Espacial Internacional (ISS), com um quarto de sua massa. “Não temos a intenção de competir com a ISS em termos de escala”, disse Gu Yidong, cientista-chefe do programa espacial chinês. O objetivo da estrutura do gigante asiático é suprir as necessidades científicas do país.

A estação terá espaço reservado para experimentos internacionais em microgravidade. Seis projetos já foram aprovados, incluindo um estudo sobre os efeitos da microgravidade em tumores cancerígenos que será conduzido por pesquisadores da Noruega, Holanda, Bélgica e França.

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