John Kellett, um inventor da cidade de Baltimore, no estado norte-americano de Maryland, criou algumas máquinas que já “comeram” nada menos que 1.300 toneladas de lixo em sete anos. Chamadas de “Mr. Trash Wheel” (Sr. Roda de Lixo, em tradução livre), os equipamentos evitaram que todos esses resíduos caíssem no Inner Harbor, um porto histórico da cidade que abriga um centro de ciências com planetário, observatório e um grande aquário, com tartarugas gigantes, golfinhos e enguias elétricas.

Kellett é ex-diretor do Museu dos Navios Históricos de Baltimore. Ele teve a ideia de criar o “comedor de lixo” após ver que uma chuva estava levando um “rio de lixo” para o porto. “Eu fiz algumas pesquisas para ver se havia algo para resolver esse problema, e não encontrei nada”.

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Com isso em mente, Kellett projetou uma solução com um princípio bastante simples, unir uma roda d’água com o projeto de uma enfardadeira de feno, o que resultou em um gigante de 15 metros de comprimento e mais de 45 toneladas. O funcionamento da máquina se dá com as correntes aquáticas movimentando os moinhos, o que aciona uma esteira transportadora parecida com um rastelo, que recolhe latas, sacolas plásticas, placas de isopor, bitucas de cigarro e outros detritos.

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Lixo retirado dos rio é recolhido por voluntários. Crédito: Mr. Trash Wheel/Divulgação

Duas boias longas ajudam a canalizar o lixo para dentro da “boca” do Mr. Trash Wheel, posteriormente, os detritos vão para uma lixeira flutuante, que depois é esvaziada por uma pequena equipe de voluntários. Apesar de parecer estar navegando pelo rio, a máquina está parada, e, caso a correnteza não seja forte o suficiente para mover os moinhos, a máquina também conta com painéis solares e baterias.

A “família Trash Wheel”

Foram construídas mais três máquinas parecidas com o Mr. Trash Wheel, todas instaladas em Baltimore. Crédito: Mr. Trash Wheel/Divulgação

O primeiro dos equipamentos foi instalado no riacho Jones Falls, que é um afluente de uma região da baía de Chesapeake conhecida como Inner Harbor e tem o objetivo de recolher o lixo do porto antes que ele flutue para a baía e, posteriormente, para o Oceano Atlântico. O custo do primeiro Mr. Trash Wheel foi de US$ 800 mil (R$ 4,03 milhões, na cotação atual), porém, a máquina é personalizável e versões menores dela podem ser construídas por um custo de US$ 400 mil. (R$ 2,1 milhões).

Além do Mr. Trash Wheel, também navegam pelos rios de Baltimore a Professora Trash Wheel, o Capitão Trash Wheel e, desde abril de 2021, Gwynnda, The Good Wheel of The West (A Boa Roda do Oeste), que foi instalada na foz das Cataratas de Gwynns, no oeste de Baltimore. Gwynnda é a maior das máquinas já construídas e deve conseguir recolher mais de 300 toneladas de lixo por ano.

Com informações do Daily Mail

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