O telescópio espacial GEOStare2, um projeto construído em conjunto pelo Laboratório Nacional Lawrence Livermore e a Tyvak Nano-Sattelite Systems (LLNL/Tyvak), já compartilhou com seu centro de controle na Terra mais de 4,5 mil imagens – sendo cerca de duas mil delas fotos da Terra em si, e o restante do espaço – em alta resolução, em uma missão que avalia questões como domínio espacial humano e astronomia.

Entende-se por “domínio espacial” o conjunto de métricas que avalia a presença humana no espaço e, no caso específico do GEOStare2, o monitoramento de lixo espacial e outros potenciais perigos de colisão contra missões lançadas no futuro. O telescópio espacial usa um sistema de compactação e processamento de imagem chamado pela Nasa de “GEOStare2”, e vem atraindo elogios de especialistas.

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As imagens ainda estão sendo processadas, mas a primeira delas já foi divulgada:

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Imagem do espaço registrada pelo telescópio espacial GEOStare2
Imagem da galáxia Andrômeda registrada com filtro de cor pelo telescópio espacial GEOStare2. Imagem: LLNL/Tyvak/Divulgação

“Nosso sistema está operando muito bem, e nós estamos adiantados no calendário”, disse Wim de Vries, líder associado do programa e astrofísico do LLNL. “O satélite está funcionando extremamente bem”.

“Estamos mais do que felizes com a qualidade e resolução das imagens que estamos recebendo do Tyvak-0130”, disse Marc Bell, CEO da Terran Orbital, a dona da Tyvak, em referência ao satélite que compõe o conjunto. “A nossa colaboração com o LLNL tem sido incrivelmente bem-sucedida e estamos mais do que otimistas sobre o seu futuro”.

O satélite em si pesa pouco mais de 11 kg e já estava posicionado em órbita, tendo sido levado para lá em 15 de maio de 2021 a bordo de um foguete Falcon 9, da SpaceX. O conjunto completo orbitando a Terra a 575 quilômetros de altura, e sua tecnologia foi desenvolvida em aproximadamente quatro anos, em um contrato com valor de aproximadamente US$ 6 milhões (R$ 30,21 milhões na conversão direta).

A principal vantagem do GEOStare2 é o fato de que ele conduz uma pesquisa sobre o espaço, estando no espaço. “É muito mais fácil conduzir pesquisas sobre domínio espacial de lá de cima porque você não tem que enxergar através de nuvens nem tampouco esperar pela escuridão da noite”, disse de Vries.

A qualidade das imagens – um ponto elogiado pelos cientistas – se dá pelo fato de que um dos dois espelhos do telescópio conta com um campo de visão afunilado de longa projeção, enquanto o outro traz um campo mais aberto. De uma forma bem grosseira, é mais ou menos a mesma coisa de um smartphone com um sensor macro e um sensor grande angular, com a diferença de que, ao invés de tirar imagens separadas, o GEOStare2 compõe uma imagem derivada de ambas as fotos por meio de software, enviando o resultado aos gestores do projeto na Terra.

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