A ficção científica se misturou com a realidade após uma “mão fantasma” aparecer em imagens tiradas pelo Observatório Chandra de raio-x para a Nasa. No material, divulgado recentemente, uma nuvem estelar parece ter a forma de uma mão que “agarra” uma nuvem brilhante.

Apesar da brincadeira, o fenômeno tem explicação: segundo membros da equipe do observatório, a “mão fantasma” vista no raio-x da Nasa é apenas um “pulsar” resultante da morte de uma estrela após ela ter entrado em fase de supernova – nome atribuído à uma das últimas fases evolutivas das estrelas, que explodem em uma reação descontrolada.

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Aqui, a estrela em questão (supernova MSH 15-52) está a cerca de 17 mil anos luz de distância, e a sua luz chegou à Terra em torno de 1,7 mil anos. Em outras palavras, os restos dessa supernova são bastante jovens se comparados a outros exemplos observados na Via Láctea. Já a nuvem para onde a “mão” se estica é chamada RCW 89.

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Esse pulsar acabou espalhando uma bolha de partículas de energia ao seu redor. Combinada com os destroços lançados pela explosão da supernova, ele gerou o aspecto de “mão fantasma”. Apesar das imagens mostrarem-no bem enquadrado, na realidade a estrutura é bem grande: o time do observatório Chandra estima uma extensão de 150 anos luz. Para fins de entendimento, um ano luz equivale a 9.461.000.000.000 quilômetros.

Essa não é a primeira fonte de luz que causa destaque na comunidade astronômica este mês: a doutoranda em cosmologia Alexia Lopez, na Inglaterra, encontrou um “arco gigante de galáxias” que, para todos os efeitos, desafia a compreensão atual da ciência, já que, de acordo com os princípios da cosmologia, esse arco sequer deveria existir, dado o seu tamanho massivo de mais de três bilhões de anos luz.

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Sobre a “mão fantasma” da Nasa, o time que a observou ressalta que esse não é o seu primeiro encontro com o fenômeno: desde 2004, a dinâmica de seus movimentos tem sido observada. A conclusão é a de que a onda de choque (os “dedos”, se você preferir a referência) está viajando a incríveis 14,5 milhões de quilômetros por hora (km/h), com o centro navegando ainda mais rápido, a 17,7 milhões de km/h.

Segundo a equipe do observatório, porém, isso na verdade representa uma desaceleração: “Ainda que estes sejam números impressionantes, eles configuram progressão de lentidão”, disseram os cientistas. “Segundo especialistas, a estimativa é a de que, para chegar à borda da nuvem RCW 89, o material da supernova deveria estar viajando a pouco mais de 48 milhões de km/h”.

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O Chandra é um dos maiores observatórios da Nasa, tendo atuado na produção de imagens do espaço via raio-x desde julho de 1999, quando ele foi lançado à órbita da Terra.

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