Tempestades, inundações e secas, os chamados eventos extremos, estão ficando cada vez mais comuns em decorrência das mudanças climáticas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), esses eventos resultaram em cerca de 15.000 mortes e um prejuízo de mais ou menos US$ 170 bilhões (R$ 837 bilhões, na cotação atual), só em 2020.
Condições meteorológicas extremas significam eventos climáticos raros nos locais e horas em que acontecem, como por exemplo, uma onda de calor na Sibéria. Além disso, pode significar condições climáticas com forte impacto na vida cotidiana, como fortes tempestades e secas prolongadas.
Os especialistas defendem que os eventos climáticos extremos variam de acordo com o tipo de acontecimento que se fala. “Alguns tipos de eventos climáticos estão se tornando mais extremos, como ondas de calor ou precipitação intensa”, disse o especialista em ciência do clima do Instituto Real de Meteorologia da Holanda, Geert Jan van Oldenborgh.
Alguns mais raros
Em contrapartida, outros eventos têm se tornado mais raros e menos extremos, como ondas de frio prolongadas e nevascas, enquanto outras ainda ficam no meio do caminho, com áreas em que as secas se tornam mais extremas e em outras, menos.
Alguns tipos de clima extremo já se tornaram mais severos por conta das mudanças climáticas causadas pelo homem. Outros tipos de eventos extremos devem se tornar mais severos à medida que o clima da Terra esquenta. Contudo, em alguns eventos, como furacões, as evidências são mais matizadas.
Os cientistas esperam tempestades mais intensas, maiores e mais duradouras para o futuro, porém, em menor quantidade. Além disso, esses furacões maiores também podem produzir uma maior quantidade de chuvas.
Mais seca e mais chuva
Curiosamente, climas mais quentes podem causar precipitações extremas, ao mesmo tempo em que desencadeiam secas. Isso acontece porque o calor extremo aumenta a evaporação, fazendo com que os solos e a vegetação sequem mais rápido quando está mais seco, o que cria uma associação entre ondas de calor e secas.
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“À medida que as temperaturas aumentam, a quantidade de vapor de água no ar, em condições húmidas, aumenta”, explica o especialista em ciência do clima da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, Walter Robinson.
“Como o vapor de água atmosférico se converte em chuva nas nuvens, com o aquecimento do clima, esperamos que as chuvas se tornem mais pesadas. Há fortes evidências observacionais de que isso está acontecendo”, completa Robinson.
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