Alguns países já sentem a esperança de que a pandemia possa voltar para segundo plano, graças a imunização em massa. No entanto, em lugares como o Brasil, onde a vacinação caminha a passos lentos, a preocupação se mantém constante e ainda encontra um agravador: as novas mutações do vírus, como a variante Delta.

Nova variante se torna global

Delta é o nome popular da variante B.1.617.2, uma cepa do vírus SARS-CoV-2 altamente contagiosa e possivelmente mais grave. As convenções de nomenclatura para as mutações foram estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma alternativa aos nomes numéricos.

A nova versão da doença foi identificada pela primeira vez na Índia em dezembro de 2020 e percorreu rapidamente pelo país. Posteriormente, a Delta foi identificada no Reino Unido, levando um número crescente de infecções e mortes.

Nos Estados Unidos, o primeiro caso de Covid-19 provocado pela Delta foi diagnosticado em março. No final de junho, a variante constituía 20% dos infectados por lá. Já no Brasil, foi notificada no dia 20 de maio. Também durante o mês de junho, novos casos foram observados em várias regiões brasileiras, em cidades do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Goiás.

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A vacinação é o único método conhecido até o momento para proteger contra o coronavírus e suas variantes. Imagem: Shutterstock

5 coisas que você precisa saber sobre a variante Delta

1. Ela é mais contagiosa do as outras mutações do vírus

De acordo com o ScienceAlert, os especialistas não se surpreendem com o que está acontecendo. “Todos os vírus evoluem com o tempo e sofrem mudanças à medida que se espalham e se replicam”, diz Inci Yildirim, infectologista da Yale Medicine. Contudo, uma coisa única sobre a Delta é a rapidez com que está se espalhando em todo o mundo. “A Delta certamente acelerará a pandemia”, afirma o epidemiologista F. Perry Wilson.

A OMS chamou essa versão do vírus de “a mais rápida e adequada”. Isso porque a Delta é 75% mais contagiosa do que a cepa original de SARS-CoV-2. Além disso, está se espalhando 50% mais rapidamente do que outras variantes, como a Alpha, que apareceu pela primeira vez no Reino Unido.

Pode-se, assim, afirmar que a Delta está superando todo o resto e se tornando a cepa dominante.

2. Pessoas não vacinadas correm risco

Pelo que se sabe até agora, as pessoas vacinadas contra a Covid-19 estão potencialmente protegidas das variações, mas os médicos alertam que quem não for vacinado e não praticar estratégias preventivas, como usar máscara e manter o isolamento social, corre perigo.

Crianças e jovens são uma grande preocupação. Segundo a infectologista Inci Yildirim, a variante Delta parece estar impactando os grupos de menor idade mais do que as variantes anteriores. Soma-se a isso o fato de que a vacinação para crianças ainda não foi autorizada na maioria dos países.

3. A Delta pode acarretar em surtos locais

Uma localidade com baixa vacinação, cercada por áreas de alta vacinação, pode acabar com o vírus contido dentro de suas fronteiras. Isso soa quase como uma coisa boa, mas não é.

Acontece que se muitas pessoas forem infectadas de uma vez em uma determinada área, o sistema de saúde local ficará sobrecarregado e mais pessoas morrerão. 

4. Ainda há mais para aprender

Não está claro se a nova variante pode provocar casos inovadores – infecções em pessoas que foram vacinadas ou têm imunidade natural de uma infecção anterior por COVID-19, que até agora eram raros em geral.

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Uma questão importante é se a cepa Delta deixa a pessoa em situação mais grave do que o vírus original. Embora mais estudos sejam necessárias, as informações iniciais sobre a  gravidade  do Delta incluem um  estudo  da Escócia, que demonstrou que a variante é cerca de duas vezes mais provável que o Alpha de resultar hospitalização em indivíduos não vacinados (e as vacinas reduziram esse risco significativamente).

Outro ponto é que as pesquisas realizadas até o momento mostraram mudanças em relação aos sintomas iniciais. Com a Delta, parece que a tosse e a perda do olfato são menos comuns. Já a dor de cabeça, dor de garganta, coriza e febre estão presentes. Aumenta, nesse sentido, o risco de confusão com os sintomas de uma gripe comum, ou um resfriado.

5. A vacinação é a melhor proteção

A posição entre os médicos é unânime: a coisa mais importante que você pode fazer para se proteger da Delta, e de outras variações do coronavírus, é se vacinar totalmente e manter as orientações de prevenção até que a imunização em massa seja alcançada.

É preciso estar em avaliação de risco contínua, como apontam os especialistas. Se o dia estiver ensolarado e você precisar sair ao ar livre, passe protetor solar. Se comparecer a uma reunião lotada, potencialmente com pessoas não vacinadas, coloque sua máscara e mantenha o distanciamento social. Se você não for vacinado e for elegível para a vacina, vacine-se.

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