O aumento recorde de temperatura causado pelas queimadas em Colúmbia Britânica, no Canadá, está trazendo um outro efeito ainda mais perigoso: nuvens “cuspidoras de fogo”, ou mais tecnicamente, as “pirocumulonimbus”.

Elas são originadas em queimadas em regiões florestais ou de planície, e se formam com a umidade extremamente quente dos incêndios. O calor sobe para a atmosfera, e essas nuvens jogam rajadas de ar seco em direção ao solo. Com isso, o fogo e a fumaça aumentam e se espalham, gerando mais ar quente e umidade e novas nuvens do tipo, que vão jogar novas rajadas ao solo, em um ciclo vicioso destrutivo.

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A temperatura em Lytton, a pouco mais de 150 quilômetros de Vancouver, chegou a incríveis 49 graus e meio Celsius na semana passada, graças a uma onda de calor que gerou um foco de incêndio na região de planície da vila. O prefeito ordenou a evacuação de 250 residentes. A queimada destruiu 90% da região.

Segundo Dakota Smith, um meteorologista colaborativo do Instituto de Pesquisa Atmosférica do Colorado, foram vistas “plumas” indicativas da formação de uma nuvem pirocumulonimbus em imagens de satélite.

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Outro incidente bastante lembrado é o incêndio de Canberra, na Austrália, em 2003. Neste exemplo, um outro efeito também se fez presente: o ar ao redor de uma pirocumulonimbus começou a girar, de forma a criar uma corrente circular – uma espécie de coluna que, eventualmente, virou um “tornado de fogo”.

Estudos indicam que essas tempestades são tão intensas que penetram a estratosfera a cerca de 50 km acima do solo, podendo permanecer lá por anos. Uma pesquisa conduzida em 2018 revelou que uma única pirocumulonimbus de grande porte envia tantas partículas à estratosfera que o efeito se compara ao de uma erupção vulcânica mediana.

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