Como toda boa ficção científica, ‘O Exterminador do Futuro’ tem outros significados além da camada mais superficial da trama. E quem diz isso é o próprio diretor dos dois primeiros filmes da série, James Cameron. Em entrevista ao The Ringer, o cineasta falou sobre o que ele considera como o verdadeiro tema por trás da saga.

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Na conversa, Cameron falou especificamente sobre ‘O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final’, que completou, no dia 3 de julho, 30 anos de lançamento. Segundo o cineasta, a decisão de T-1000 (Robert Patrick) assumir a identidade de um policial tem um simbolismo.

“Era eu me divertindo com uma figura de autoridade”, comenta, acrescentando que também representa a possibilidade de nós, como seres humanos, nos tornarmos exterminadores.

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O ator Robert Patrick, caracterizado como T-1000, robô que assume identidade de policial.
Caracterização do robô T-1000 (Robert Patrick) como policial tem simbolismo no filme. Crédito: TriStar Pictures/Divulgação

William Wisher, que dividiu a escrita do roteiro do filme com Cameron, também participou da entrevista e deu mais detalhes sobre esse tópico. “Pensávamos que, ‘bem, como um policial, ele poderá ir para lugares e fazer coisas sem ser questionado'”, observou o roteirista.

“Nós aprendemos a ter zero compaixão. ‘O Exterminador do Futuro’, no fim das contas, não diz respeito a máquinas. Tem a ver com a nossa tendência em nos tornarmos máquinas”, reflete, ainda, o diretor. Dessa forma, o personagem de Arnold Schwarzenegger complementa a ideia do cineasta. É uma máquina programada para matar, mas que desenvolve empatia e humanidade no decorrer da história.

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Essa perspectiva de Cameron ressoa com comentários feitos pelo próprio diretor no livro ‘The Futurist: The Life and Films of James Cameron’, de Rebecca Keegan (via Snopes). Na obra, ele descreve que os filmes não tratam exatamente da aniquilação da humanidade pelas máquinas. “Eles falam sobre nós perdendo o nossa própria humanidade e nos tornando máquinas, o que nos leva a matar e brutalizar o outro”, assinala.

Ainda no livro, ele diz que policiais enxergam quem não é da polícia como seres menores, idiotas, fracos e malignos. “Eles desumanizam as pessoas que eles juraram proteger e se dessensibilizam para poderem cumprir seu trabalho”, afirma o cineasta.

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