Uma pesquisa da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, apontou que treinamentos de atenção podem desenvolver significativamente o desempenho acadêmico de crianças com transtorno do espectro autista (TEA).

Durante a pesquisa, 26 participantes com autismo participaram de um treinamento de atenção de 45 minutos durante oito semanas em um centro de tratamento em São Paulo

Metade dessas crianças participaram do treinamento com um sistema de computador denominado CPAT – Computerized Progressive Attentional Training, que visa exercitar as habilidades de atenção básica de crianças autistas com idades entre 8 e 14 anos com alguns jogos.

Homem estudando  junto com crianças autistas
Treinamento de atenção pode aumentar o desenvolvimento acadêmico de crianças autistas. Imagem: Alex and Maria photo/Shutterstock

A outra metade foi utilizada como um grupo controle, ou seja, aquele utilizado para obtenção de comparação das crianças antes e depois do tratamento. Nenhuma das crianças, pesquisadores ou familiares foram informados sobre qual grupo a criança pertencia, todos ficaram sabendo apenas que as crianças jogariam jogos que poderiam ajudar na escola.

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Após os treinamentos, o grupo que utilizou o sistema CPAT apresentou melhoras significativas no desempenho acadêmico. O número de palavras que conseguiam ler corretamente em 10 minutos aumentou de 44 para 53, além da cópia de palavras que também aumentou de 18 para 25.

As crianças também aumentaram seu desempenho na matemática em 50%. Quando testados 3 meses após o término da pesquisa, as melhorias foram novamente relatadas. Enquanto as crianças do grupo controle não apresentaram evidência de melhora.

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O projeto do programa CPAT agora faz parte do programa Erasmus + de Formação de Professores em Atenção ao Autismo (TTAA), na Grécia, Espanha, Israel e Reino Unido. Algumas escolas desses países também estão incorporando o sistema às suas aulas de maneira individual.

“Descobrimos que, ao dar aos professores a liberdade de experimentar o CPAT, estamos descobrindo muito mais sobre seus benefícios potenciais. O autismo é altamente individual, portanto, desenvolvemos uma intervenção que pode ser ajustada a um indivíduo ou ambiente específico é realmente a chave para o sucesso”, disse o autor do estudo, Carmel Mevorach.

A próxima fase do estudo espera testar o sistema com um grupo ainda maior de crianças autistas.

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