A truta marrom pode se tornar viciada na droga ilegal metanfetamina quando ela se acumula em nosso abastecimento de água, aponta um estudo conduzido por Pavel Horky, um ecologista comportamental da Universidade Tcheca de Ciências da Vida em Praga.

Os pesquisadores examinaram se as concentrações de metanfetamina e um de seus subprodutos, a anfetamina, poderiam ser detectadas nos cérebros da truta marrom. Também foi analisado se esses elementos podem causar dependência nos animais.

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As trutas foram expostas à droga em grandes tanques durante oito semanas e, em seguida, colocadas em abstinência, ficando sem a droga por dez dias. Durante esse tempo, os pesquisadores testaram a preferência dos peixes por água doce ou contendo metanfetamina e compararam o resultado com as respostas de peixes que nunca haviam sido expostos à droga.

Metanfetamina encontrada na água pode viciar truta marrom
Metanfetamina encontrada na água pode viciar truta marrom. Créditos: Shutterstock

Os peixes expostos à metanfetamina preferiram a água com a droga, enquanto essa preferência não foi demonstrada para os peixes não tratados.

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Durante o período de abstinência, as trutas se moviam menos. Os pesquisadores interpretam isso como um sinal de ansiedade ou estresse, sinais típicos de abstinência de drogas em humanos.

A química do cérebro dos peixes expostos também diferia dos não expostos, com várias mudanças detectadas nas substâncias químicas do cérebro que correspondem ao que é visto em casos da dependência humana. Mesmo após os dez dias sem drogas, esses marcadores no cérebro ainda estavam presentes.

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Com isso, a exposição à metanfetamina pode ter efeitos duradouros, semelhantes ao que é visto em pessoas.

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A pesquisa destaca como os humanos poluem o meio ambiente além das coisas perceptíveis, como manchas de óleo e resíduos de plástico. O estudo foi publicado no Journal of Experimental Biology.

Este não é o primeiro estudo a descobrir drogas ilícitas na vida selvagem. Em 2019, cientistas do Reino Unido relataram cocaína em camarões de água doce. Curiosamente, drogas foram detectadas com mais frequência do que alguns produtos farmacêuticos comuns.

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