Construída em 1897, a usina hidrelétrica de Mechanicville, em Nova York, enfrentou diversos problemas financeiros recentemente. A instalação, inclusive, quase foi desmontada, não fosse a ideia da Albany Engineering Corp. — operadora da unidade — de dar outra atribuição à fonte de energia renovável: a de minerar bitcoins.
Logo após adquirir a hidrelétrica considerada a fonte de energia renovável mais antiga do mundo em funcionamento, a Albany colocou a usina em potência total. Os retornos, no entanto, ficaram aquém do esperado e não houve muito lucro em operar uma usina que ainda utiliza máquinas originais do século XIX.
Uma das saídas encontradas foi unir o “velho” com o “novo”: adaptar a estrutura histórica de uma fonte de energia renovável para o moderno universo das moedas digitais, já que as questão ambientais e energéticas têm sido algumas das principais críticas aos bitcoins. E ao que parece, tem dado certo.
“Podemos ganhar mais dinheiro com bitcoin do que vendendo eletricidade para a National Grid”, revelou Jim Besha, CEO da Albany Engineering Corp., ao Times Union.
Contudo, a mineração da criptomoeda mais negociada do mundo é vista mais como uma aposta e não como uma solução. A companhia tem vendido bitcoins de forma cautelosa, à medida que são extraídas, muito em função da volatilidade do ativo.
Além disso, a alternativa tem sido usada em fases experimentais, aliada à geração de energia, que segue como foco da operadora. “Estamos apenas fazendo isso paralelamente, experimentando. Estamos comprando servidores usados”, completou o executivo.
Questões ambientais
O uso experimental de fontes renováveis de energia para a mineração de bitcoins torna-se importante para o cenário atual: embora as criptomoedas sejam consideradas as “moedas do futuro”, os danos ambientais provocados pelo gasto massivo de energia são alguns dos principais pontos para frear o desenvolvimento dos ativos.
Não à toa, a Tesla, do bilionário Elon Musk, deixou de aceitar pagamentos em criptomoedas para a compra de seus veículos. A gigante justifica a ação pelo temor de que o uso do bitcoin possa resultar em um aumento no consumo de energia e combustíveis fósseis. E, bem, a companhia está certa.
De acordo com análise de pesquisadores da Cambridge University, da Inglaterra, a mineração de bitcoins consome um volume de energia maior que o de países como como Argentina, Holanda e Emirados Árabes Unidos.
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Uma das alternativas seria justamente utilizar fontes de energia renováveis para a mineração dos bitcoins. El Salvador, que recentemente adotou o ativo como moeda local, estuda utilizar a energia vulcânica da região para “gerar” as moedas digitais, contornando os impasses ambientais.
“[A mineração de bitcoins por meio da usina hidrelétrica] É o melhor [a se fazer] porque estamos usando energia renovável”, pontuou Besha.
Ameaças
Embora a mineração de bitcoins paralelamente à geração de energia tenha mostrado bons resultados para a usina hidrelétrica de Mechanicville, a atividade pode estar com os dias contados.
Isso porque uma lei que visa proibir a mineração de criptomoedas em Nova York já foi aprovada pelo Senado e agora aguarda votação na Assembleia do Estado — o que pode justificar o fato de a Albany Engineering Corp. não ter apostado todas suas fichas na atividade.
As repressões também têm sido vistas por outros países. A China, que alimenta quase 80% do comércio mundial de criptomoedas, tem ampliado o combate à mineração de moedas digitais em seu território. O Irã, por sua vez, proibiu a mineração dos ativos digitais até setembro.
Ao que parece, o mercado exige uma solução sustentável imediata para continuar a investir em criptomoedas como o bitcoin. Se as entidades que apoiam os ativos digitais não se organizarem e apontarem uma solução rápida, poderá ser “tarde demais”.
Fonte: Tom’s Hardware/Cointimes
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