Pesquisadores de diferentes universidades da Suíça descobriram como a ativação de neurônios da amígdala central podem suprimir respostas de medo. Segundo os cientistas, essa amígdala não é apenas um “hub” para gerar respostas de medo, mas contém inúmeros microcircuitos neurais que têm a função de regular a supressão das respostas de medo.
Em testes realizados em modelos animais, os pesquisadores conseguiram demonstrar que a inibição desses microcircuitos leva a um comportamento de medo duradouro, o que pode ser entendido, por exemplo, como um transtorno de ansiedade. Em contrapartida, quando eles são ativados, o comportamento volta ao normal e as respostas anteriores não causam traumas.
De acordo com a equipe de pesquisa, isso significa que os neurônios da amígdala central são altamente adaptativos e essenciais para a supressão do medo. Para chegar a essas conclusões, o time, liderado por Stéphane Ciocchi e Andreas Lüthi, estudou a atividade dos neurônios da amígdala central em camundongos durante a supressão de respostas naturais de medo.
Os pesquisadores usaram diferentes métodos, incluindo uma técnica chamada optogenética, que possibilita desligar precisamente a atividade de uma determinada população neural identificada dentro da amígdala central, que produz uma enzima específica. Essa técnica prejudicou a supressão das respostas de medo, fazendo os animais tornarem-se excessivamente medrosos.
Resultados surpreendentes
“Ficamos surpresos com a intensidade com que nossa intervenção direcionada em tipos específicos de células da amígdala central afetou as respostas de medo”, declarou a professora da Universidade de Berna Stéphane Ciocchi. “O silenciamento optogenético desses neurônios específicos aboliu completamente a supressão do medo e provocou um estado de medo patológico”.
Já em humanos, a disfunção desse sistema poderia contribuir para a supressão prejudicada de memórias de medo relatadas em pacientes com ansiedade e transtornos relacionados a traumas. Segundo os pesquisadores, uma melhor compreensão desses processos pode ajudar no desenvolvimento de terapias mais eficazes para esses distúrbios.
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Porém, ainda são necessários muitos estudos para investigar se as descobertas obtidas em modelos animais simples podem ser extrapoladas para transtornos de ansiedade em humanos.
Com informações do Medical Xpress
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