Pesquisadores de diferentes universidades da Suíça descobriram como a ativação de neurônios da amígdala central podem suprimir respostas de medo. Segundo os cientistas, essa amígdala não é apenas um “hub” para gerar respostas de medo, mas contém inúmeros microcircuitos neurais que têm a função de regular a supressão das respostas de medo.

Em testes realizados em modelos animais, os pesquisadores conseguiram demonstrar que a inibição desses microcircuitos leva a um comportamento de medo duradouro, o que pode ser entendido, por exemplo, como um transtorno de ansiedade. Em contrapartida, quando eles são ativados, o comportamento volta ao normal e as respostas anteriores não causam traumas.

Funções do cérebro podem ser afetadas pela covid-19
Os estudos podem auxiliar no desenvolvimento de tratamentos mais efetivos contra transtornos de ansiedade. Naeblys/Shutterstock

De acordo com a equipe de pesquisa, isso significa que os neurônios da amígdala central são altamente adaptativos e essenciais para a supressão do medo. Para chegar a essas conclusões, o time, liderado por Stéphane Ciocchi e Andreas Lüthi, estudou a atividade dos neurônios da amígdala central em camundongos durante a supressão de respostas naturais de medo.

Os pesquisadores usaram diferentes métodos, incluindo uma técnica chamada optogenética, que possibilita desligar precisamente a atividade de uma determinada população neural identificada dentro da amígdala central, que produz uma enzima específica. Essa técnica prejudicou a supressão das respostas de medo, fazendo os animais tornarem-se excessivamente medrosos.

publicidade

Resultados surpreendentes

“Ficamos surpresos com a intensidade com que nossa intervenção direcionada em tipos específicos de células da amígdala central afetou as respostas de medo”, declarou a professora da Universidade de Berna Stéphane Ciocchi. “O silenciamento optogenético desses neurônios específicos aboliu completamente a supressão do medo e provocou um estado de medo patológico”.

Já em humanos, a disfunção desse sistema poderia contribuir para a supressão prejudicada de memórias de medo relatadas em pacientes com ansiedade e transtornos relacionados a traumas. Segundo os pesquisadores, uma melhor compreensão desses processos pode ajudar no desenvolvimento de terapias mais eficazes para esses distúrbios.

Leia mais:

Porém, ainda são necessários muitos estudos para investigar se as descobertas obtidas em modelos animais simples podem ser extrapoladas para transtornos de ansiedade em humanos.

Com informações do Medical Xpress

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!