No início da pandemia do novo coronavírus, muitos acreditavam que os anticorpos desenvolvidos durante o período de infecção poderia imunizar o paciente para reincidência da doença. A Medicina e a experiência demonstraram que isso não acontece. Contudo, um recente estudo descobriu que uma única dose da vacina da Pfizer, combinada com os anticorpos desenvolvidos por alguém que já teve Covid-19, pode ser suficiente para obter imunidade forte.

De acordo com a Medical Xpress, cientistas da Rush University Medical Center, de Chicago, realizaram uma importante análise, que níveis mais elevados de anticorpos do SARS-CoV-2 em pessoas previamente infectadas após uma dose da vacina Pfizer, em comparação com indivíduos virgens de infecção após receberem as duas doses. O pequeno, mas autêntico estudo, observou 29 voluntários com um caso anterior de infecção por Covid-19, com base em testes de PCR, e outro grupo de 30 pessoas sem esse histórico.

“As amostras de sangue de pessoas que haviam contraído o vírus anteriormente indicava cerca de 621 anticorpos contra o SARS-CoV-2. Após uma dose da vacina Pfizer, a imunidade dessas pessoas subiu para um nível muito mais protetor, de 30.000 de unidades por mililitro. A adição de uma segunda dose de vacina apenas empurrou esse número um pouco mais para cima, para cerca de 37.000 u/mL”, relatou a equipe.

Já para os indivíduos que nunca foram contaminados pelo vírus, duas doses de vacina foram definitivamente necessárias para atingir um bom nível de anticorpos protetores. Com uma dose, os anticorpos desse grupo atingiram em média pouco mais de 1.800 u/mL em amostras de sangue. Após a segunda dose, esse número saltou para mais de 15.000 u/mL.

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Vacina da Pfizer
Novo estudo norte-americano verificou que uma única dose da vacina de mRNA, como a da Pfizer, é capaz de imunizar de maneira forte uma pessoa que foi previamente infectada pelo coronavírus. Descoberta deve liberar doses adicionais para ampliar os programas de vacinação. Imagem: Seda Servet/Shutterstock

Com isso, os cientistas concluem que as pessoas que já desenvolveram a doença e se recuperaram podem estar suficientemente protegidos contra a reinfecção após uma única dose de vacina de mRNA. Tal evidência indica ser possível liberar a disponibilidade de milhões de doses adicionais para as pessoas que ainda não desenvolveram o quadro, o que iria acelerar a vacinação em muitos lugares. Contudo, os pesquisadores reforçam que a infecção prévia, por si só, não oferece defesa considerável contra a Covid-19, o que significa que as vacinas ainda são necessárias.

“Os resultados podem aumentar o número de pessoas vacinadas e remover o ponto de discussão dos grupos antivacinas, que dizem que a imunidade natural anterior está sendo ignorada”, diz o Dr. Amesh Adalja, especialista que não estava envolvido no novo estudo.

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Os novos dados serão avaliados por autoridades sanitárias dos Estados Unidos, mas certamente serão incorporados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças do país, muito em breve. Além de ampliar as possibilidades para acelerar a vacinação, as descobertas são importantes também para a produção de outras vacinas de mesmo mecanismo, principalmente com as incertezas provocadas pelas novas variantes.

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