A Nasa está pensando em novas formas de se desfazer da Estação Espacial Internacional, a ISS, quando ela chegar ao fim de sua vida útil — seja lá quando isso acontecer. E a agência espacial só está fazendo isso porque os russos confirmaram sua intenção de deixar a estação até 2025.

Originalmente, um painel de segurança de 2019 “meio que” decidiu que duas naves russas Progress seriam acopladas à ISS, usando seus propulsores para arrastar a estação até a atmosfera da Terra, onde seria incinerada em uma grande bola de fogo. “Meio que”, pois embora esse fosse o consenso, ninguém de fato assinou embaixo da ideia.

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Imagem da Nasa mostra a ISS próxima à Terra. A Nasa estuda formas de desligar a estação para quando a sua missão acabar.
Eventualmente, a ISS será desligada mediante o fim de sua missão. A Nasa está pensando em formas de “matá-la” de maneira segura. Imagem: 3Dsculptor/Shutterstock

Só que, com a saída dos russos, é provável que eles levem embora todo o material pertinente ao seu país, efetivamente deixando a Nasa sem um plano de contingência para “matar” a ISS. Isso significa que eles levariam as Progress embora? Não. Segundo a Nasa, eles concordaram em deixar as naves, mas ainda há a questão da operação delas, que era pertinente a eles.

“A Nasa está continuamente trabalhando com seus parceiros internacionais para assegurar um plano seguro para ‘deorbitar’ a estação e está atualmente considerando uma série de opções”, disse a porta-voz da agência, Leah Cheshier, acrescentando que o “fim” da ISS, nesse momento, depende de “negociações sensíveis”.

A Estação Espacial Internacional (ISS) foi montada em órbita após uma série de missões conjuntas entre EUA e Rússia, a partir de 1998. Depois de mais de 20 anos de cooperação, o chefe da Roscosmos (a agência espacial russa), Dmitry Rogozin, afirmou que seus cosmonautas deixarão a estação até 2025, cortando laços com os países atuantes lá em cima.

“Nós estamos começando as negociações com nossos parceiros da Nasa, formalizando isso agora”, disse Rogozin a repórteres do Financial Times recentemente. “Isso não quer dizer que a estação será simplesmente descontinuada e jogada ao oceano após essa data. Vamos apenas entregar a responsabilidade de nossa parte aos nossos parceiros”.

Oficialmente, a ISS tem vida útil prevista em até 30 anos. Considerando seu lançamento em 1998, isso nos dá mais seis anos e meio. Sempre há, porém, a possibilidade de estender sua vida útil mediante acordos entre os países participantes (hoje, além de EUA e Rússia, astronautas do Japão e França estão posicionados na estação).

Há quem pense que a saída russa da ISS seja apenas uma jogada de marketing, considerando que o país apenas recentemente acoplou o módulo Nauka, depois de 13 anos de atraso. Aliás, foi o Nauka o responsável por uma perda momentânea de controle da estação, há cerca de duas semanas — e foi uma nave Progress parte do conserto dela.

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