Uma pesquisa liderada pela AlgorithmWatch em Berlim, na Alemanha, buscava mostrar como o algoritmo do Instagram funciona e quais publicações são favorecidas na plataforma. No entanto, o Facebook, dono da rede social de fotos, não ficou contente com o estudo.
A pesquisa sobre o algoritmo começou em 2020 e apontou inicialmente que fotos com pele nua e fotos do rosto se destacavam em detrimento de outras. Sobre os primeiros resultados, o Facebook chegou a contestar os métodos, mas não tomou nenhuma medida legal.

Porém, em maio deste ano a empresa de Mark Zuckerberg convidou os pesquisadores da AlgorithmWatch para uma reunião e apontaram que o projeto violava os termos de uso da plataforma e estava contra a lei, já que coletava dados de usuários sem consentimento.
Em sua defesa, os responsáveis pelo estudo afirmam que coletam dados apenas de voluntários. “Em outras palavras, os usuários do plug-in acessam apenas seu próprio feed e o compartilham conosco para fins de pesquisa. “
Segundo o portal The Verge, um representante do Facebook confirmou a realização da reunião, mas descartou qualquer possibilidade de ameaça. O representante disse ainda que a empresa estava disposta a encontrar uma maneira de continuar a pesquisa preservando a privacidade dos usuários.
“Tínhamos preocupações com suas práticas, por isso os contatamos várias vezes para que pudessem cumprir nossos termos e continuar suas pesquisas, como fazemos rotineiramente com outros grupos de pesquisa quando identificamos preocupações semelhantes”, disse a empresa.
“Pretendemos continuar trabalhando com pesquisadores independentes, mas de maneiras que não coloquem em risco os dados ou a privacidade das pessoas”, concluiu.
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Apesar do posicionamento amigável do Facebook, os pesquisadores que procuravam entender o algoritmo do Instagram preferiram parar o estudo para evitar qualquer ação judicial vinda da rede social.
O Facebook possui plataformas próprias para que pesquisadores independentes coletem dados, como a Ad Library e suas parcerias Social Science One. No entanto, os responsáveis pela AlgorithmWatch demonstram certa insegurança com estes dados.
“Não há razão para acreditar que o Facebook forneceria dados utilizáveis, caso os pesquisadores substituíssem seus dados coletados de forma independente pelos da empresa”, afirmam.
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