Nesta quinta-feira (19), cientistas da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) anunciaram que planejam trazer amostras do solo de Fobos, uma das luas de Marte, antes dos EUA e da China. Os dois países iniciaram missões no Planeta Vermelho no ano passado, na esperança de encontrar pistas sobre sua origem e indícios de vida presente ou passada.

De acordo com o site Phys, a JAXA planeja lançar um explorador em 2024 para pousar em Fobos e coletar 10 gramas de solo, para trazer à Terra em 2029.

Fobos é a maior das duas luas de Marte. Imagem: Nasa/JPL/University of Arizona

“Com a rápida viagem de retorno, o Japão ficará à frente dos EUA e da China no que diz respeito a trazer amostras da região marciana, apesar de começar mais tarde”, disse Yasuhiro Kawakatsu, gerente do projeto, em entrevista coletiva online.

O rover Perseverance da Nasa pousou em uma cratera de Marte em fevereiro deste ano, e deve coletar 31 amostras de solo que serão devolvidas à Terra com a ajuda da Agência Espacial Europeia (ESA) em 2031. Já a China se tornou, em maio, o segundo país a pousar e operar uma espaçonave em Marte, de onde planeja trazer amostras à Terra por volta de 2030.

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Superfície de Fobos pode conter resquícios de solo de Marte

De acordo com o que acreditam os cientistas da JAXA, cerca de 0,1% do solo da superfície de Fobos veio de Marte, e 10 gramas podem conter cerca de 30 grânulos, dependendo da consistência do solo.

Tomohiro Usui, professor do Instituto de Ciência Espacial e Astronáutica, disse que o solo em Fobos é provavelmente uma mistura de material da própria lua com material de Marte que foi espalhado por tempestades de areia

“Coletar amostras de vários locais em Fobos pode fornecer uma chance maior de obter possíveis vestígios de vida de Marte do que obter solo de um único local em Marte”, disse Usui.

Quaisquer formas de vida que possam ter vindo de Marte até Fobos terão morrido por causa da forte radiação solar e cósmica que incide sobre o satélite, de acordo com os cientistas da JAXA.

As missões da Nasa e da Agência Espacial Européia se concentram em formas de vida em potencial e na evolução da área da cratera de Jezero, que se acredita ser um antigo lago. Segundo Usui, ao estudar amostras de solo de Fobos, incluindo material de Marte, os cientistas esperam aprender sobre a evolução da biosfera marciana.

Ele disse que a pesquisa japonesa em Fobos e as amostras da Nasa de locais específicos na cratera marciana podem se complementar e ajudar a compreender como a vida marciana, se existente, emergiu e evoluiu no tempo e no lugar.

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