A estudante de Ph.D em Astronomia, Clara M. Pennock, acompanhada do cientista e professor Jacco van Loon, da Universidade de Keele, identificaram ondas de rádio “nunca antes vistas” durante suas observações da Grande Nuvem de Magalhães, a galáxia que faz fronteira com a Via Láctea.
Usando o telescópio Australia SKA Pathfinder, a dupla conseguiu “fotografar” a nuvem, produzindo algumas das imagens de maior definição de nossa vizinha já tiradas até hoje. Nessas imagens, foi possível avaliar algumas estrelas até então desconhecidas por nós.
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A Grande Nuvem de Magalhães é uma espiral satélite anã e está localizada a pouco mais de 158 anos-luz de distância da Terra. Por causa dessa distância (ela é a terceira mais próxima de nós, após duas menores, invisíveis ao olho nu), ela nos permite estudar questões estruturais de formação das estrelas e galáxias.
“As novas e definidas imagens revelam fontes de rádio que nunca vimos antes. A maior parte delas são, na verdade, galáxias a milhões ou talvez bilhões de anos-luz além da Grande Nuvem de Magalhães”, disse Pennock. “Normalmente, nós as vemos por causa dos buracos negros supermassivos localizados em seus centros, que podem ser detectados sobre todas as frequências de ondas, especialmente as de rádio. Mas agora, nós começamos a encontrar galáxias onde as estrelas estão se formando a uma velocidade tremenda. Combinar esses dados com observações anteriores de telescópios ópticos, infravermelhos e de raios-x nos permite explorar todas elas nos mínimos detalhes”.
O telescópio Australia SKA Pathfinder teve um papel de extrema importância nisso: dotado de 36 antenas com separação de 36 quilômetros (km), o telescópio consegue olhar para 36 direções simultaneamente. Com isso, é possível ver mais do céu em menos tempo, ampliando a capacidade de pesquisa e reduzindo o tempo gasto.
“Com tantas estrelas e nebulosas posicionadas em proximidade, a definição ampliada das imagens foi essencial para a descoberta das estrelas emissoras de rádio e das nuvens compactas da Grande Nuvem de Magalhães. Nós vemos todo o tipo de fontes de rádio, de estrelas cadentes individuais até nebulosas planetárias que vêm da morte de estrelas como o Sol“, disse o professor van Loon.
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