Pesquisadores médicos da Austrália do Sul descobriram que as células do câncer de próstata usam uma estratégia para crescer mais rápido e resistir aos métodos de terapias contra a doença. O estudo, publicado na revista internacional eLife, aponta ainda que este pode ser o segredo para destruí-las.

De acordo com o Medical Xpress, o professor associado Luke Selth, do Flinders Health and Medical Research Institute (FHMRI), os tumores de próstata alteram seu metabolismo usando açucares e gorduras do corpo para recarregarem suas energias e, assim, crescerem em maior velocidade. Uma das enzimas que faz parte da produção de energia é chamada de 6PGD (ou P6GD), sendo ela a responsável por dar apoio aos planos de sobrevivência das células do câncer.

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“As células do câncer de próstata são muito diferentes das células normais da próstata em muitos aspectos, mas uma das diferenças mais marcantes é como os tumores usam açúcares e gorduras para a produção de energia e para crescer rapidamente. Neste estudo, descobrimos que uma proteína chamada 6PGD pode apoiar a sobrevivência de próstata cancerosas células quando elas estão a ser desafiadas com uma terapia hormonal, que é atualmente utilizada na clínica”, explicou o médico e pesquisador.

Câncer de próstata. Imagem: Shutterstock
Estratégia de sobrevivência do câncer de próstata pode ser segredo para novo tratamento; entenda. Imagem: Imagem Point Fr/iStock

“Achamos que esta é uma descoberta significativa porque potencialmente representa um novo mecanismo pelo qual as células do câncer de próstata podem se tornar resistentes às terapias hormonais, que são o tratamento padrão para homens com doença avançada e metastática”, ressaltou Selth.

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Para a professora Lisa Butler, da Universidade de Adelaide e do Instituto de Pesquisa Médica e de Saúde da Austrália do Sul (SAHMRI), as descobertas significam que, sendo possível inibir essa via de estratégia, pode ser possível o desenvolvimento de uma nova terapia contra o tipo de câncer.

“Usando as tecnologias mais recentes, geramos uma visão incrivelmente detalhada de como 6PGD influencia o metabolismo do câncer de próstata. É importante ressaltar que nosso trabalho identificou alguns agentes clínicos que podem ser capazes de interromper essa via, então é possível que nossos resultados possam ser usados para desenvolver uma nova terapia direcionada para esta doença comum “, explanou a professora e também coautora sênior do estudo.

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A falta de proteína 6PGD pode levar à oxidação e consequentemente a destruição de células do corpo. Assim, o estudo mostrou que inibidores de 6PGD podem também matar células cancerosas. Os testes feitos em laboratório foram eficazes e anularam, inclusive, tumores reais retirados diretamente de pacientes com câncer. A pesquisa mostrou ainda que a descoberta combinada com a terapia hormonal já existente obtém resultados mais eficazes.

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