Na última segunda-feira (30), noticiamos aqui no Olhar Digital que cosmonautas russos detectaram importantes fissuras no módulo Zarya da Estação Espacial Internacional (ISS). Na ocasião, eles alertaram que as rachaduras poderiam se alargar com o tempo, mas ainda tentavam contê-las.

Agora, a situação parece ser um pouco mais tensa do que eles previam. Segundo Vladimir Solovyov, engenheiro-chefe da empresa espacial russa Energia, embora as fissuras não apresentem graves ameaças à tripulação a bordo do lado russo da ISS, o laboratório orbital está enfrentando problemas muito sérios em relação aos sistemas de voo do Zarya.

Estação Espacial Internacional em 1998. O módulo Zarya, feito pela Rússia (à esquerda), acoplado ao módulo feito pelos EUA, formava a primeira fase da ISS. É neste local que estão as mais recentes rachaduras encontradas pelos cosmonautas. Imagem: Everett Collection – Shutterstock

De acordo com Solovyov, em entrevista à agência de notícias estatal da Rússia RIA, pelo menos 80% dos sistemas de voo no segmento russo do módulo Zarya já expiraram.  “Literalmente, um dia após os sistemas de voo estarem totalmente exaustos, falhas irreparáveis podem começar”, alertou.

Em abril, o vice-primeiro-ministro russo, Yuri Borisov, também já havia advertido sobre as condições da ISS. Em entrevista à TV estatal, Borisov afirmou que o envelhecimento estrutural da estação poderia “levar a consequências irreversíveis”. “Não devemos permitir que isso aconteça”, disse ele na ocasião.

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Em junho, a Rússia ameaçou deixar o programa da ISS em 2025, caso os EUA não suspendam as sanções contra o setor espacial do país. A declaração foi dada pelo diretor-geral da Roscosmos, agência espacial russa, Dmitry Rogozin.

Desde então, segundo o site Futurism, levantaram-se suspeitas de que o país esteja procurando por sinais de desgaste como desculpa para deixar a ISS antes do tempo.

A Roscosmos já ameaçou desistir de sua parceria com os países membros da ISS várias vezes, e já anunciou que pretende construir sua própria estação espacial independente.

A estação espacial, que ultrapassou cinco anos de duração das expectativas originais e será aposentada nos próximos anos de qualquer maneira. Mas, o agravamento dos danos resultantes da longa jornada de operação complica a situação do laboratório orbital – e seria uma notícia lamentável se a Rússia decidisse abandonar o projeto deixando a estação espacial em más condições.

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