Algumas pessoas têm habilidades curiosas em relação ao próprio corpo. Estudos apontam que entre 65% a 80% conseguem, por exemplo, dobrar a língua em duas partes, formando um U. Esse índice diminui bem quando o desafio é dobrar em três. Já a saudação vulcana “Vida longa e próspera”, gesto eternizado pelo personagem Spock, de Star Treck, é algo que muito menos pessoas conseguem fazer facilmente. No entanto, não há relato no mundo de alguém que consiga alterar o tamanho das pupilas de forma voluntária. Pelo menos, não havia.
Até que D. W., um estudante de psicologia da Universidade de Ulm, na Alemanha, descobriu ter esse “dom”. Ele é capaz de contrair e dilatar as pequenas esferas negras de seus olhos na hora que bem entende. Segundo o jovem, ele consegue, inclusive, sentir os pequenos músculos que controlam esses movimentos.
O seu caso, inédito até agora, foi relatado recentemente na revista International Journal of Psychophysiology.
Movimento voluntário das pupilas requer concentração, diz o jovem
“Contrair a pupila é como agarrar, tensionar alguma coisa; torná-la maior é como soltar totalmente, relaxar o olho”, revelou D.W. à equipa de cientistas que investigou o caso.
Ele diz que descobriu sua estranha habilidade quando tinha por volta de 15 anos. Segundo o estudante, ele precisa, apenas, se concentrar no seu olho e nas movimentações. “Mostrei a um amigo que posso ‘tremer’ os olhos, e ele percebeu que as minhas pupilas ficaram pequenas”, contou D.W. a Christoph Strauch, professor assistente de psicologia experimental do departamento da Universidade de Utrecht, Holanda, investigador do caso.
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Cientistas aplicaram variados testes em D. W.
Segundo os pesquisadores envolvidos no caso de D.W., o rapaz foi submetido a muitos testes para determinar se existia, de fato, controle voluntário dos movimentos ou se o jovem utiliza algum método indireto já conhecido.
Por meio de técnicas de pupilometria e optometria, um dos testes realizados consistia na medição da atividade eletrodérmica do corpo, termo usado para definir variações autonômicas e contínuas nas propriedades elétricas da pele.
Esses testes tinham o objetivo de tentar entender se D.W. fazia intenso esforço mental quando controlava a ação das suas pupilas, concluindo que não era o caso.
Dessa forma, a capacidade do rapaz está chamando a atenção dos investigadores. Strauch declarou ao site Live Science que essa habilidade “é surpreendente, pois achava-se que era impossível”.
Após várias análises e observações, concluiu-se que D.W. realmente tem a habilidade de contrair e dilatar as pupilas quando quer, comprovando que é possível o controle voluntário da musculatura das pupilas.
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