Nesta segunda-feira, 13 de setembro, é comemorado o Dia do Desenvolvedor, profissional responsável por códigos e desenvolvimentos dentro da área de TI de praticamente todos os negócios atualmente no mercado. Esse profissional, aliás, é um dos mais requisitados nos últimos tempos. 

Um levantamento realizado em julho deste ano pela Revelo demonstra bem esse cenário: as contratações nos primeiros meses de 2021 com foco em TI somam 95,6% do total registrado em 2019. Além disso, vale dizer que o Brasil é considerado um dos principais países no mundo com melhores profissionais em programação, classificado na 38ª colocação de 50 do ranking do último levantamento realizado pela HackerRank.

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Mas, ao passo que a demanda por profissionais aumenta, a concorrência também. Como se destacar no mercado? Na visão de Luana Ribeiro, CEO da DevApi, startup especializada na integração de sistemas, os profissionais “além de ter conhecimento em hard skills, também devem se preocupar em desenvolver as soft skills”.

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Para ela, uma das principais habilidades dentro das chamadas soft skills é a “Inteligência Emocional”. “Para criar bons projetos, é preciso saber lidar com os sentimentos e as incertezas que surgem no dia a dia”, afirma ela, em entrevista ao Olhar Digital.

Luana salienta que essa dica serve tanto para os desenvolvedores que estão ainda dando os primeiros passos no mercado de trabalho, como também para os que já possuem experiência na área. Além disso, desenvolver habilidades de comunicação também podem ajudar a se manter relevante no mercado.

“O desenvolvedor é conhecido por ter um perfil mais introvertido, mas atualmente com essas novas configurações de trabalho, como por exemplo, o modelo home office,

é extremamente necessário conseguir manter uma comunicação com a equipe”, comenta.

“O sucesso de um projeto depende da integração do time e, mesmo em um momento de pós-pandemia, vemos pesquisas que indicam que os modelos de home office e híbrido irão permanecer nas empresas. O profissional atual precisa se encaixar nesse contexto”, ressalta.

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Mulheres são apenas 20% da força de trabalho do mercado de TI. Crédito: Shutterstock

Tecnologia é lugar de mulher

O mercado, apesar de promissor e aquecido, ainda possui barreiras para a participação em massa de mulheres que, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representam apenas 20% do total. Além disso, o Instituto também aponta que apenas 35% dos estudantes matriculados em cursos de TI no ensino superior são mulheres.

“A grande maioria dos profissionais de TI ainda são homens”, observa Luana, usando uma pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) para exemplificar o cenário: a entrada de mulheres na área teve um aumento de 60% em 2019, o que corresponde a um total de 44,5 mil trabalhadoras. “No entanto, elas ainda estão em minoria, sendo somente 20% da força de trabalho”, salienta. 

“Apesar da participação feminina ainda se encontrar em estágio inicial, percebo que o mercado está começando a se transformar. Além de enxergarmos uma maior movimentação das empresas em prol da igualdade de gênero, hoje também já temos fortes referências femininas, que nos inspiram e nos motivam a continuar”, afirma a executiva.

Para ela, mulheres ainda precisam lutar pela igualdade no setor e quebrar o paradigma de que tecnologia é uma exclusividade dos homens, mas quem tem interesse pode (e deve) mergulhar na área. O menos vale para grupos minoritários que batalham pelo mesmo.

“Se for para resumir um recado, em uma única frase, eu diria ‘crie o futuro que você quer viver’. Em vez de tentar adivinhar ou ficar no aguardo de futuras oportunidades para nós, por que não as criamos? Neste sentido, indico muito que mulheres que se interessam pelo setor procurem uma mentora. Pode ser uma CEO ou uma fundadora de alguma startup, por exemplo. É importante buscar uma referência para sanar suas dúvidas e se inspirar a seguir em frente”, encerra.

Crédito da imagem principal: Elle Aon/Shutterstock

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