Segundo uma pesquisa do Observatório Obstétrico, o ritmo de vacinação contra a Covid-19 entre grávidas e puérperas segue em ritmo lento, o que tem dificultado a imunização deste grupo, que segue exposto e com risco de contrair a forma grave da doença.

O Brasil tem 3,1 milhões de gestantes e puérperas. Conforme dados de vacinação da Campanha Nacional de Vacinação contra Covid-19, são 1.318.196 doses aplicadas em gestantes e puérperas, com 421.245 gestantes e puérperas completamente imunizadas (com segunda dose ou dose única).

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Os três estados que mais aplicaram a primeira dose são Pernambuco (46%), Espírito Santo (45%) e Paraná (44%). Os que menos imunizaram até agora: Roraima (3%), Ceará (6%) e Amapá (12%).

Ministério da Saúde pede suspensão da vacinação de grávidas sem comorbidades
Imagem: Pixabay (Pexels)

Desde início da pandemia, 1.869 gestantes e puérperas vieram a óbito em consequência da Covid-19. Somente em 2021, foram 1.409 óbitos – 206% a mais do que 2020. Os avanços dos números, somado a campanha lenta de vacinação, preocupam especialistas.

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Uma das criadoras do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 e presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, Dra. Rossana Pulcineli Vieira Francisco, diversos fatores contribuem para a baixa adesão e, na somatória, acabam colaborando com o desserviço à saúde. As fakes News também fazem parte dos tópicos que dificultam a efetividade da campanha, além da falta de ação efetiva do próprio sistema para romper barreiras/burocracias que dificultam o acesso (como solicitações de prescrição médica etc.).

Ainda segundo os dados da pesquisa, uma a cada cinco gestantes e puérperas mortas não teve acesso a UTI. A letalidade da doença em casos graves (casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG), em 2020, era de 7,3%, em 2021 passou para 14,9%.

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De março de 2020 até agora, são 17.816 casos de SRAG confirmados por Covid-19 e, como mencionamos, 1.869 óbitos. Além desse, existem ainda 13.238 registros com 342 mortes entre gestantes e puérperas com SRAG não especificada, que podem ter sido episódios de SARS-Covid-19.

De acordo com o OOBr Covid-19, o intuito da pesquisa e instituição é dar visibilidade aos dados desse público específico e oferecer ferramentas para análise e fundamentação de políticas para atenção à saúde de gestantes e puérperas durante a pandemia atual.

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Grávidas podem se vacinar?

Especialistas recomendam, fortemente que, puérperas e gestantes se vacinem o mais urgentemente possível. Segundo a presidente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da University of Rochester Medical Center, Dra. Eva Pressman, mesmo sendo verdade “que mulheres grávidas e amamentando não foram inscritas em nenhum dos estudos originais, verifica-se que muitas das mulheres inscritas nesses estudos – várias centenas, pelo menos – estavam grávidas e não sabiam”. Ou seja, assim os registros acabam comprovando a eficácia e segurança da vacina em mais de 140.000 mulheres, “o que permite uma escolha muito mais informada, embora os estudos originais pretendessem não estudar as pessoas grávidas.” Saiba mais clicando aqui.

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