O Twitter concordou em pagar US$ 809,5 milhões (R$ 4,3 bilhões, na conversão atual) em um processo judicial contra a rede social movido por acionistas da companhia. Segundo a ação, movida originalmente pela acionista Doris Shenwick, a empresa enganou os investidores sobre as perspectivas de crescimento da instituição em novembro de 2014, causando um otimismo excessivo.

Segundo informações da Bloomberg, o Twitter prometeu um aumento no número de usuários ativos mensais para 550 milhões no prazo “intermediário” e mais de um bilhão no “longo prazo”, no entanto, não cumpriu nenhuma das estimativas e escondeu que não tinha base para essas projeções. 

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O processo foi aberto em 2016, um ano após as ações da empresa despencarem, e termina depois de cinco anos de litígio e sem qualquer admissão de culpa ou irregularidade pelo Twitter. Em comunicado, a rede social negou as acusações ou que seus executivos tenham feito alegações enganosas intencionalmente. A empresa também rejeitou que as declarações do ex-diretor financeiro Anthony Noto e do ex-diretor executivo Dick Costolo fizeram o preço das ações cair, na época.

Twitter irá pagar acordo milionário após ser processado por prometer falso crescimento à acionistas. Créditos: Shutterstock

De acordo com o pacto, o Twitter pretende usar dinheiro em caixa para pagar o valor do acordo no quarto trimestre. A rede social não fez outros comentários e também não respondeu a solicitações da agência de notícias.

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Twitter e outras polêmicas

Com a chegada da pandemia da Covid-19, novas diretrizes para o combate das fake News, bem como a mudança no uso de dados de usuários, têm sido estabelecidas e, as redes sociais são as empresas que mais tem modificado suas diretrizes para tentar se encaixar nas novas regras e também enfrentar o fenômeno das notícias falsas.

 No entanto, a liberdade de outros países em definir normas próprias tem causado conflitos com as gigantes da tecnologia, já que se cria uma linha tênue entre o que é cabível ou aceitável de ser publicado e a liberdade de expressão.

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Em abril, por exemplo, um tribunal russo multou o Twitter em 3,2 milhões de rublos (o equivalente a US$ 42 mil), por não excluir o que as autoridades disseram ser conteúdo proibido – relacionado a pornografia infantil, suicídio e uso de drogas.

A capital, Moscou, afirmou ainda que reduziria a velocidade no carregamento de fotos e vídeos do Twitter para usuários russos no desktop. A medida serviria como uma espécie de pressão à rede social. 

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Na índia, o Twitter também enfrentou diversos conflitos com o governo por resistir em cumprir regras do país. A rede social chegou a ter seus escritórios em Nova Délhi invadidos pela polícia indiana, que justificou a ação como parte de uma investigação sobre a decisão de descrever como “publicação manipulada” um tuíte de um porta-voz do partido no poder.

O Twitter chegou a responder a atitude dizendo que o ato sugeria uma forma de intimidação e que estava preocupado com “a potencial ameaça à liberdade de expressão sobre os usuários.”

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