Uma pesquisa da Kaspersky revelou o panorama dos ataques de hackers a ecossistemas de Internet das Coisas pelo mundo e apontou que o número praticamente dobrou. Os dados, apresentados no fórum Konferencia@Casa 2021 de setembro, totalizam 1,5 bilhões de invasões a redes de dispositivos smart no mundo todo só durante o primeiro semestre.

A cifra já corresponde ao dobro de todos os casos de invasões a casas inteligentes e outros dispositivos em 2020. Nos números de incidências de 2021, China (451 milhões), Irlanda (352 milhões) e Rússia (158 milhões) despontam no ranking. O Brasil figura com 41 milhões de incidências — números expressivos, mas atrás de países como os Estados Unidos (72 milhões), Albânia (57 milhões) e Índia (54 milhões).

A Internet das Coisas é um conceito para designar objetos inteligentes capazes de serem programados para realizar tarefas diretamente por conexão sem fio. Redes como essa são popularizadas por ecossistemas de empresas como, por exemplo, os produtos da Amazon com integração a Alexa.

Os dados da Kaspersky ainda apontam que o panorama de ataques hackers nos ecossistemas de internet das coisas é alto no nosso país. Atrás apenas do Panamá (81,6 milhões), o Brasil é o vice-líder destas ocorrências na América Latina, na frente da Argentina (5,6 milhões) e da República Dominicana (1,2 milhões).

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Hackers visam minerar criptomoedas e espiar dados

Durante o evento, Roberto Martínez, analista sênior da Kaspersky, explicou que hackers podem reaproveitar ecossistemas de Internet das Coisas para mais de um objetivo. Dispositivos infectados podem ter processamento desviado para invasão de privacidade, realizar ataques DDoS e até mesmo minerar criptomoedas.

O especialista explica que os números estão diretamente ligados ao quão digitalizado um país já está — o que depende de alguns fatores econômicos e sociais, como acesso à tecnologia.

Os ataques, avisa o analista da Kaspersky, podem ser realizadas tanto via malware quanto por cibercriminosos, e tendem a aumentar porque é uma área que fora da atenção dos usuários. “A Internet das Coisas é frágil porque ninguém atualiza os firmwares,”, lamenta Martinez.

O especialista avalia que, já em 2020, a quantidade de dispositivos smart no mundo é de 8,7 bilhões, e que a tendência é que este número triplique até 2030 por conta da hibridização dos expedientes de trabalho, o que abre precedente para ainda mais ataques.

Imagem: NicoElNino/Shutterstock

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