Um novo estudo sendo executado pela agência espacial europeia (ESA) busca entender quais são os efeitos da gravidade zero no corpo das mulheres. Para isso, a entidade desenvolveu câmaras cheias de água, junto de um tecido hidrofóbico (que repele líquidos) a fim de submergir mulheres em um período de cinco dias.

A ideia da ESA é simular um ambiente onde os corpos das 20 mulheres participantes não tenham peso: “nós praticamente não temos conhecimento sobre os efeitos psicológicos e fisiológicos em mulheres nesse campo de pesquisa”, disse Angelique Van Ombergen, chefe de pesquisa para Ciências de Vida da ESA, em um comunicado à imprensa. “Esse estudo 100% feminino vai adicionar aos dados de uma campanha anterior feita só com homens, na Europa e Rússia”.

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Imagem da ESA demonstrando a simulação da gravidade em mulheres
O estudo busca avaliar os impactos no corpo e mente das mulheres quando posicionadas em ambiente de gravidade zero (Imagem: ESA/Divulgação)

Como método, as 20 mulheres participantes serão mergulhadas em um tanque com água e tecido hidrofóbico, com a água cobrindo todo o corpo exceto pela cabeça. Suas pernas e tronco estarão imobilizados, mas os braços e cabeça poderão se mover normalmente, assim como um ambiente de gravidade zero.

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Ao todo, as participantes ficarão dentro desses tanques por quase 24 horas, durante um período de cinco dias. Elas sairão ao final de cada dia para tomarem banho e se limparem, mas mesmo isso terá restrições: obrigatoriamente, elas deverão se limparem em banheiras – não chuveiros – em posição deitada e com a cabeça inclinada seis graus para baixo a fim de minimizar movimentos de fluidos internos.

Um “dia” do experimento começará às 7h, com a retirada de amostras de sangue e urina e, durante as refeições, apenas um travesseiro pequeno será permitido para facilitar a ingestão.

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Em um ambiente espacial, os corpos dos astronautas perdem a densidade dos músculos e dos ossos. Por essa razão, eles não conseguem se mover de forma autônoma em gravidade zero, normalmente necessitando de um impulso (apoiar os pés na parede ou forçar o movimento de “nado” dos braços, por exemplo).

Essa parada de funções é normal, mas seu impacto no corpo humano ainda precisa ser estudado. A saúde dos astronautas é um ponto importante na pesquisa espacial. Os resultados dessa pesquisa, além disso, também trarão benefícios ao entendimento dos movimentos de pessoas com dificuldades de coordenação ou a terceira idade.

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