Um dos efeitos destrutivos promovido pelas mudanças climáticas e o aquecimento do planeta, é o derretimento das geleiras e calotas polares. Basicamente, o gelo no ártico serve como uma espécie de freezer gigante para uma série de resíduos e patógenos, diz o pesquisador Arwyn Edwards da Universidade Aberystwyth.

Com o ritmo acelerado de derretimento (que também provoca o aumento no nível do mar), existe um risco desses elementos — que podem incluir bactérias, vírus antigos ou não descobertos, produtos tóxicos e até lixo nuclear — escaparem desse selo de segurança criado pela natureza.

Pelo menos é o que indica a pesquisa de Edwards, publicada na última semana pela revista Nature Climate Change. O estudo aponta que o permafrost ártico, um tipo de solo existente na região, tem sido explorado para atividade industrial, extração de recursos e até testes nucleares, o que significa que, se o degelo continuar, pode ser questão de tempo até que os compostos sejam liberados no meio ambiente.

Derretimento do permafrost pode liberar resíduos nucleares e doenças
O permafrost possui camadas de gelo que podem ter até 1,5 km de profundidade. Imagem: Boris RadosavljevicCC BY 2.0, via Wikimedia Commons

Segundo a BBC, são mais de 100 espécies de micróbios de épocas diferentes (e resistentes a antibióticos) presentes no solo ártico. Portanto, seria desastroso para a humanidade se eles fossem simplesmente soltos por aí e começassem a infectar pessoas.

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A má notícia é que os pesquisadores também sugerem que, como há mais de 1.000 assentamentos no Ártico, seja para apoiar pesquisas científicas, operações militares ou extração de recursos, qualquer contaminante ou risco biológico liberado do gelo provavelmente vai se espalhar com rapidez.

Via: Futurism

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O degelo do solo ártico também está causando danos e prejuízos na região norte da Rússia, onde cerca de 40% dos prédios, construídos sobre o permafrost, estão sofrendo com danos estruturais, sinais de deformações e até risco de desabamento.

O derretimento, que tem se intensificado, também pode dizimar algumas cidades russas. Um exemplo é Yakutsk (em português Iacutusque), conhecida como a cidade mais fria do mundo. com cerca de 300 mil habitantes, o território pode simplesmente desaparecer do mapa dentro de 30 anos caso o ritmo de emissão de poluentes não diminua.

Créditos da imagem principal: Bernhard Staehli/Shutterstock

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