Um estudo feito por pesquisadores da UVA School of Medicine e da Virginia Commonwealth University com colegas na Tanzânia, Reino Unido e Noruega descobriu que, infelizmente, a tentativa de combinar antibióticos para tratar crianças com crescimento atrofiado na Tanzânia, na África, não funciona.

A descoberta, publicada na revista científica PLOS Medicine, foi feita a partir de um estudo de acompanhamento com 1.200 crianças do país africano, das quais metade, ainda apresentavam o problema. Segundo informações do Medical Xpress, a pesquisa sugere ainda que o fato perpetua mais o ciclo da pobreza em países em desenvolvimento, como a África.

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“Sabemos que a maioria dessas crianças carrega patógenos intestinais em seus intestinos”, disse o pesquisador Dr. Mark DeBoer da UVA Children’s e do UVA Child Health Research Center. “Mas a intervenção com antimicrobianos periódicos não melhorou seu crescimento. Parece que uma abordagem muito mais abrangente é necessária”.

Para a equipe de cientistas, no entanto, apesar do resultado decepcionante o trabalho irá ajudar a concentrar esforços futuros em direções mais produtivas.

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médica medindo crescimento de criança com fita
Tentativa de tratamento para crescimento atrofiado em crianças na África falha, aponta estudo. Imagem: Henadzi Kilent/iStock

O que estava sendo testado?

Os pesquisadores testaram uma combinação de antibióticos, vitamina B3 e um medicamento para tratar a diarreia, com esperança de que isso levasse a um melhor crescimento. As crianças foram selecionadas aleatoriamente para receber o antibiótico azitromicina e o antiparasitário nitazoxanida e / ou niacina, uma forma da vitamina B3.

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A combinação foi escolhida com base na desnutrição crônica que as crianças, bem como os pais, sofrem. A intenção era medir o efeito dos antimicrobianos e da suplementação de vitaminas na luta contra o atrofiamento, uma condição que vem acompanhada por comprometimento do desenvolvimento cognitivo e diminuição do desempenho escolar. Desvantagens que limitam as possibilidades de trabalho e o potencial de ganho das crianças, continuando o ciclo da pobreza.

Nenhuma das abordagens funcionou. Em um novo artigo científico descrevendo suas descobertas, os pesquisadores sugerem que suas intervenções podem não ter reduzido suficientemente os patógenos que causam a diarreia e que as medidas também podem ter sido superadas devido a carência de outras necessidades na área da saúde.

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“É necessário um pacote mais global de intervenções”, afirmaram os pesquisadores, sugerindo “potencialmente fornecer suplementação de macronutrientes, como alimentos terapêuticos prontos para consumo, além de higiene aprimorada e abordagens antimicrobianas direcionadas.”

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“Globalmente, existem mais de 100 milhões de crianças cujas infecções e má nutrição resultam em crescimento atrofiado e desenvolvimento do cérebro abaixo do ideal”, disse DeBoer. “Esperamos que a comunidade internacional continue seus esforços para descobrir como essas crianças podem superar seus desafios ambientais e prosperar”, concluiu o pesquisador.

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