Com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chegando – provas nos dias 21 e 28 de novembro – nada como juntar a necessidade de estudar com algo que, principalmente hoje em dia, tem quase toda nossa atenção: as redes sociais.
Para ajudar na empreitada, que pode ajudar os alunos a terem um melhor rendimento na prova, escolas, cursinhos e professores têm usado as redes sociais para tratar de conteúdos de forma descontraída e divertida, a fim de facilitar a absorção das matérias. Alertas sobre os cuidados necessários para não perder o foco dos estudos e não acessar conteúdos com informações erradas também fazem parte do ensinamento.
“Um mês para o exame, a gente diz que é a reta final. Um momento de foco total. A internet pode ser uma aliada, claro, mas não é o momento de ficar horas nas redes sociais. Embora a internet ajude, ela pode ser uma distração. É bom focar nas aulas e ter a internet como algo complementar”, disse Natasha, que é professora do Descomplica, ambiente virtual que oferece cursos preparatórios para o Enem, à Agência Brasil.
Ainda segundo a professora, as aulas são importantes, até mesmo para que o estudante entenda as piadas nas redes. “Quando estou pensando para o Tik Tok um vídeo sobre processo de Independência do Brasil, claro que quero que o aluno tire daquele vídeo alguma coisa, mas, para isso, ele precisa de um conhecimento prévio sobre a Independência, precisa ter assistido uma aula sobre o assunto. Assistiu a aula, entendeu minimamente o assunto, um vídeozinho desse no Tiktok vai fazer com que ele, de repente, absorva um pouco mais, mas de maneira leve”, explicou.
A professora de redação e fundadora do Marka Texto Redação e Linguagens, Letícia Lima, ainda faz uma ressalva para o imediatismo atual dos jovens nas redes sociais, salientando que vídeos muito longos parecem não surtir tanto efeito quanto os mais curtos e bem-humorados.
“Para segurar o jovem hoje em dia tem que ser rápido. Tudo é distração para eles. Tem que ter humor, estar antenado com memes, com o que está em alta, o que é engraçado. A gente se baseia muito nisso”, afirmou.
Redes sociais cresceram na pandemia
De acordo com o estudo ‘Digital 2021: Global Overview Report, da Hootsuite e We are Social’, as redes sociais ganharam meio milhão de novos usuários em todo o mundo no último ano, o que representou um crescimento de mais de 13%. Agora, são 4,2 bilhões de pessoas conectadas, o que representa 53% de toda a população mundial.
Ainda de acordo com informações da Agência Brasil, o Brasil está entre os países que mais usam redes sociais no mundo, ocupando o terceiro lugar no ranking, atrás apenas das Filipinas e da Colômbia. Em média, os brasileiros passam 3 horas e 42 minutos nas redes sociais por dia – tempo acima da média mundial de 2 horas e 25 minutos.
“Não é um fenômeno de agora, mas com a pandemia o uso das redes sociais foi potencializado por causa desse período remoto, que fez com que muitos alunos, que não tinham o hábito de navegar na rede passassem a buscar mais informações e a acessar mais. Os professores que antes não postavam passaram a postar”, disse o professor de química dos colégios Santo Agostinho e São Bento, no Rio de Janeiro, e também criador do canal Química Nota Dez, Silvio Predis.
O docente também alerta sobre a busca nos lugares e fontes corretas, pesquisando se é algum professor, se tem boa formação e, se possível, perguntar na escola ou no cursinho, a professores de confiança, se determinado perfil é indicado. “Há conteúdos com uma qualidade muito alta e conteúdos com vários erros.”
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Linha tênue entre o uso saudável e a toxicidade
Para a professora Letícia, vale ainda ressaltar o equilíbrio entre o uso saudável das redes e o excesso, já que as redes sociais podem se tornar um ambiente tóxico em diversos aspectos, inclusive nos de estudo. Diversos perfis podem passar uma visão errada e sobrecarregada de tempo necessário de estudo que, muitas vezes, pode não funcionar e prejudicar a saúde dos alunos.
“Existem muitos perfis que projetam uma ideia de rotina de estudo que é impraticável e inalcançável. Essa comparação [com outras pessoas] pode minar a saúde mental do estudante”, disse, aconselhando que os alunos foquem, nesta reta final, na resolução de questões de provas anteriores e na revisão de conteúdo. A familiaridade com a prova, segundo ela, conta muito no Enem.
Crédito imagem principal: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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