A China lançou com sucesso um satélite militar projetado para “lidar com lixo espacial”. Batizado de Shijian-21, ele decolou a bordo de um foguete Longa Marcha 3B do centro de lançamento de satélites de Xichang, no sudoeste do país, às 22h27 da última sexta-feira (22).

Imagens da emissora estatal China Central Television (CCTV) mostram o momento da decolagem. A emissora afirma que, o satélite será “usado para verificação de tecnologia para mitigação de lixo espacial”, porém sem dar mais detalhes.

A China Aerospace and Science Technology Corporation (CASC), principal parceira do programa espacial chinês, afirmou que o lançamento foi um “sucesso completo e que o satélite chegou à órbita planejada, porém sem revelar qual é. Já um relato do site SpaceNews sugere que ele foi levado a uma órbita de transferência geossíncrona, ou seja, ficará “estacionado” sobre um ponto específico do planeta.

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Nosso pior pesadelo: uma “cascata” de lixo espacial

Lixo espacial é um problema cada vez maior para qualquer país ou empresa que explora, ou pretende explorar, o espaço. O termo é aplicado a restos de foguetes e satélites que orbitam nosso planeta, seja porque foram descartados propositalmente ou são destroços de missões anteriores.

Estes restos podem ser tanques de combustível ou estágios de foguete completos, com vários metros de comprimento, ou tão pequenos quando uma “lasca” de metal com poucos milímetros. Mas viajando a uma velocidade de 28 mil km/h, mesmo um pequeno parafuso se torna um projétil com energia suficiente para perfurar o casco de uma espaçonave, ou destruir um satélite de pequeno porte.

Isso pode gerar mais lixo espacial, que pode destruir mais satélites e espaçonaves, criando um efeito cascata que, na pior das hipóteses, poderia inviabilizar qualquer viagem à órbita terrestre. Por isso, várias empresas estudam formas de minimizar o problema. Uma delas é “arrastar” um pedaço de lixo para uma posição mais próxima da Terra, fazendo com que ele reentre nossa atmosfera e seja incinerado durante o processo.

O problema é que uma técnica usada para descartar um pedaço grande de lixo também poderia ser usada, por exemplo, para derrubar um satélite de um país adversário. E o fato de que o Shijian-21 é um satélite militar certamente causará preocupação no ocidente. Recentemente, um artigo do South China Morning Post detalhou uma “arma” chinesa capaz de desabilitar um satélite adversário, sem destruí-lo por completo.

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